O grupo de credores detentor de mais de 60% da dívida pública de Moçambique, avaliada em 726,5 milhões de dólares dos Estados Unidos da América, emitiram, anteontem, um controverso ultimato ao executivo de Maputo e aos seus conselheiros.
Em causa, o incumprimento do pagamento da tranche no valor de cerca de 60 milhões de dólares dos Estados Unidos da América, que devia ter acontecido na passada quarta-feira (18), por incapacidade financeira.
É que o grupo veio a descobrir, feitas as contas, que tal não era possível, uma vez que no último trimestre de 2016, o governo teve uma óptima realização de encaixe financeiro que o permitir pagar a letra de Janeiro.
Ademais, acrescentam os credores, há aqui dualidade de critérios, por o governo estar a cumprir integralmente o pagamento da dívida comercial.
Juntando todos esses argumentos, o grupo conclui estar em presença de uma falsidade, no seu entender, motivada por uma estratégia negocial futurista, iniciativa que desde logo pretende pôr o cobro.
E vai daí se achar no direito de accionar o pagamento de uma “indemnização legal” junto das autoridades moçambicanas, por outro lado, acusadas de indiferença para uma solução pacífica do assunto, com a cumplicidade dos conselheiros por si contratados, nomeadamente, White & Case LLP e da Lazard Frère.
Uma abordagem de questões iniciais que o grupo representativo dos credores entende de discussões iniciais, prévias a qualquer fase de uma potencial negociação.
O grupo, representado por um antigo director do FMI, é constituído pelas casas de investimento.
AllianceBernstein, Franklin Templeton Investment Management e Greylock Capital Management, ainda a NWI e a Pharo Management.
EXPRESSO – 25.01.2017