Bate-fundo por salvador raimundo
FOI de tremenda gozação concentrar ARA-Sul em uma oração pela chuva, suficiente para elevar os níveis de água na Barragem dos Pequenos Libombos.
Em semana Mundial do Riso, a iniciativa contribuiu, sobremaneira, para uma boa risada. Hahahahaha…
Se a ideia era mesmo apelar por níveis saudáveis de água, nem era necessário requisitar Dom Dinis Sengulane.
Nestes e noutros casos, se recorre aos líderes tradicionais locais - estes abordam conselheiros espirituais -, que enumeram bens necessários para um simples ritual.
Bebidas espirituais, vinho tinto, galináceos, esteira e a obrigatoriedade de o máximo dirigente, descalço, colocar os traseiros sobre a palha, de pernas cruzadas e mãos nos tornozelos. Nessa posição, repetir, tal e qual, os ditos do líder tradicional...
O Sengulane fez a oração em sala climatizada, água mineral à disposição, se calhar com direito a nacos de galinha ou a um apetitoso cozido, que muito bem o chief da aldeia Pequenos Libombos sabe confeccionar. Os custos da operação, esses, costumam bater recordes…[em breve publicaremos o custo desta farsa].
Uma contrariedade aos hábitos e costumes, que recomendam apelação debaixo de uma estrondosa árvore.
Que tamanha gozação.
AINDA na mesma senda, não surpreende que o Complexo Agro-Industrial de Chókwè (CAIC) observe péssimos momentos.
Em 2015, Filipe Nyusi, em vez de recorrer aos líderes tradicionais locais, limitou-se a drenar champanhe. Escassez de tempo.
Coitado dos líderes tradicionais, desde as primeiras horas à espera, para, no final, serem mandados passear.
Hoje, o CAIC não tem matéria-prima que justifique a grandeza do empreendimento’ Logo, equipamento de ponta subaproveitado.
Diante disso, os líderes tradicionais cruzam as pernas, uma mão ao queixo e põem-se a rir, a bom rir…
GUAZA-Muthini deste ano corre sério risco de ser mais mortífero que nas da década de 1990.
O novo administrador de Marracuene está ansioso em deslocar as festividades por mais de cinco quilómetros, para o recinto da FACIM.
Tudo indica que os líderes tradicionais de Marracuene não estão animados com a ideia, por desvirtuar o verdadeiro sentido do acto, já não bastando a zanga dos ancestrais que se resume no sumiço do hipopótamo e no sangue derramado sobre o asfalto em cada final do fracassado cerimonial.
Tem reinado teimosia nas lideranças administrativas, aliado a alguma amnesia.
Em tempos, no troço entre vila-sede de Marracuene e Fonte Santa, ocorriam inexplicáveis acidentes de viação, pela N1.
As matanças eram tantas que envolviam residentes. Até que os líderes locais baterem porta do governo.
Após tanta resistência em financiar cerimónia tradicional, lá se fez o desembolso. Hoje, rareiam os acidentes no troço.
EXPRESSO – 20.01.2017