O Presidente da República, Filipe Nyusi, reiterou hoje, em Maputo, que o governo moçambicano continua apostado em reconquistar a confiança das instituições financeiras internacionais e parceiros de cooperação.
Para o efeito, está em curso uma auditoria internacional, que decorre a bom ritmo aos empréstimos contraídos pela Empresa Moçambicana do Atum (EMATUM), Proindicus e Mozambique Asset Management (MAM) com garantias do governo mas sem o aval da Assembleia da República, o parlamento moçambicano.
A auditoria vai contribuir para a restauração da confiança com as instituições financeiras internacionais e parceiros de cooperação.
O Presidente proferiu estas declarações durante a cerimónia de inauguração do novo edifício da sede do Banco Comercial de Investimentos (BCI), localizado na baixa da cidade do Maputo.
A auditoria internacional às dívidas decorre a bom ritmo. O nosso governo está a tomar iniciativas visando restabelecer o relacionamento com as instituições financeiras internacionais e com os nossos parceiros bilaterais, disse o mais alto magistrado da nação moçambicana.
Paralelamente, explicou o estadista moçambicano, foi recomendado ao Banco Central para implementar arrojadas medidas para reforçar a estabilidade do sector financeiro.
Referiu que a conjuntura económica registada no ano passado teve um forte impacto nos principais indicadores económicos e financeiros do país, afectando, consequentemente, as actividades de diversas empresas de diferentes ramos.
Os choques explicam o menor crescimento que registamos no nosso PIB registado em 2016, associado à elevada depreciação do metical que os vários seguimentos do mercado cambial apresentaram nos primeiros seis meses do ano.
Por isso, explicou Nyusi o governo adoptou medidas e políticas concertadas nos diferentes sectores de actividade.
Por exemplo, a contenção da despesa pública e maior rigor na execução orçamental, associada às medidas de restrição monetária, permitiram relançar as bases para uma estabilização assinalável dos indicadores macroeconómicos.
Apontou a actual valorização da moeda nacional, face ao dólar, como um factor de extrema relevância para a economia de Moçambique. Desde Outubro que o nosso metical está mais estável e a recuperar terreno depois de perdas acentuadas ocorridas o longo de todo o ano passado.
Acrescentou que apesar de termos fechado o ano 2016 com uma inflação em cerca de 25 por cento, as nossas perspectivas para 2017 são de uma inflação ainda mais baixa.
Aliás, as reservas internacionais do país vinham reduzindo sucessivamente mas, a partir de Setembro passado inverteu-se a tendência, que se traduz numa arrecadação de 275 milhões de dólares no último trimestre do ano passado.
Aproveitou a oportunidade para desafiar o sector bancário a contribuir para a recuperação da economia nacional.
Gostaria de contar com a banca para a restauração da economia e assegurar a dignidade dos moçambicanos.
Por seu turno, o Presidente do Conselho Executivo do BCI, Pedro Sousa, prometeu envidar esforços com vista a garantir melhores condições aos moçambicanos.
ht/sg
AIM – 28.01.2017