Ao continuar a assistir nos meios de comunicação social, aos comentários sectários, extremistas e nada rigorosos sobre o novo Presidente dos USA, surgem-me algumas reflexões que agora quero partilhar convosco:
Ficou claro que o actual Presidente eleito venceu contra a "barragem" de insultos das televisões, e dos jornais (excepto a Fox News, o The Telegraph e pouco mais);
Ficou também claro, que foi sobretudo através do Facebook, Twiter e Instagram, que Donald Trump conseguiu fazer chegar às pessoas as suas mensagens e Programa Político;
Tal facto pode ajudar a explicar muita desta incomodidade, que se lê e ouve, no seio dos "jornalistas" e nos dirigentes dos principais partidos políticos;
A gravidade da situação, para esses grupos, é de tal ordem que já só a custo tentam disfarçar o enorme nervosismo face a esta possibilidade de o ocupante do cargo político mais importante da nação mais poderosa do globo passar a dispensá-los do papel de “filtros” ou “mediadores” que chamaram a si.
Foi visível a "incomodidade" da jornalista do "60 minutos" da CBS, quando o Presidente eleito lhe disse, que o seu meio de falar com as pessoas, continuará a ser muito através do contacto pessoal e através destas redes sociais:
Isto porque:
- Se o fizer, como o fez, a comunicação social deixa de ter o monopólio de "dominar" e influenciar as mentes dos cidadãos menos informados;
- Se o fizer, como o fez, a comunicação social em geral (propriedade de grupos de interesses políticos e financeiros), deixam definitivamente de ter o monopólio de dizer o que querem, sem que ninguém os contradiga;
Ora isto é terrível para vários grupos, a saber:
- Para os "comentadores" e pretensos " analistas", que têm imposto a "sua verdade";
- Para os "jornalistas" que deixam de ter a imagem (ainda que falsa) de serem "os donos da verdade";
O nervosismo e a falta de inteligência, da maioria destas pessoas, expressas nos seus comentários, têm sido flagrantes e denota um nível de inteligência bastante abaixo do que eu esperava.
O Programa do 45º Presidente dos USA
Dito isto, de forma pública e clara, pretendo agora dar alguma informação, tendo por base - o Programa Político - do 45º Presidente, sobre as reais intenções do mesmo e que estão a deixar muito nervosos e incomodados os dirigentes políticos ocidentais:
1º) Imigração - o que está no seu programa - (não comento discursos de campanha) - é:
- a) Vigiar mais efectivamente as fronteiras dos EUA, sobretudo com o México;
- b) Repatriar os Imigrantes Ilegais, sobretudo os que já tiverem cadastro policial por infrações à lei americana;
- c) Impedir a entrada de novos imigrantes ilegais;
- d) Vedar mais a fronteira dos EUA/México, quer com redes de segurança, quer com muros, (que já existem em boa parte da mesma, mais de 30%...) quer em policiamento para suster a imigração ilegal, o contrabando, o tráfico de drogas e de armas;
- e) Estabelecer especial vigilância sobre os imigrantes que queiram entrar nos EUA, sobretudo os oriundos dos países muçulmanos.
2º) Economia -
- a) Baixar os impostos sobre as pessoas, reformulando os escalões;
- b) Baixar os impostos para as empresas;
- c) Requalificar as infra-estruturas rodoviárias dos EUA, construídas nas décadas de 1950 e 1960, que estão em estado de degradação visível, recorrendo sobretudo a joint-ventures com investidores privados;
- d) Requalificar hospitais e aeroportos que estão a ficar obsoletos;
- e) Tentar repatriar boa parte da indústria americana, que se tinha deslocalizado para outros países.
3º) Saúde -
- a) Substituir o "Obamacare" por outro programa;
- b) Eliminar do mesmo o que custa muito dinheiro e que está a arruinar o orçamento dos EUA, repondo os programas pré-existentes de seguros e programas de reforma em vigor.
4º) Política Externa –
- a) NATO - desde 1945 que os países europeus quase nada contribuem, quer em meios militares, quer em orçamento, para as despesas da organização. Pretende que, sobretudo a França, a Alemanha e o Reino Unido, passem a contribuir com mais meios e mais dinheiro e aliviem assim as correspondentes contribuições dos EUA;
- b) TTIP - anulação das negociações;
- c) NAFTA – renegociação dos acordos em vigor;
- d) Restabelecer as negociações com a Rússia, por forma a pacificar a zona euro-asiática;
- e) Reexaminar o acordo nuclear feito com o Irão;
- f) Introduzir direitos niveladores aos produtos oriundos dos países asiáticos, em que vigorem esquemas de remuneração que distorcem a concorrência sã e que estão a prejudicar a economia americana (salários de miséria, inexistência de férias, trabalho infantil, etc.).
Apenas uma nota: é curioso que quase todos os que dizem defender “os direitos humanos” estão agora, em nome da “concorrência leal” ou de um pretenso “mercado livre” contra esta intenção do novo Presidente.
Porque será?
5º) Supremo Tribunal - nomeação de um novo Juiz que defenda a Vida - pró-vida - contra o aborto e suas práticas, para além das razões médicas que antes já estavam contempladas.
Reside, sobretudo aqui, o enorme desconforto dos liberais de costumes.
Estas são as medidas mais significativas que o novo Presidente se propõe levar a cabo, durante o seu mandato.
O resto, meus caros amigos, foram os discursos excessivos que AMBOS os candidatos (Hillary e Trump) proferiram durante a campanha eleitoral, os quais não comento, mas que lamento que AMBOS o tenham feito.
Apenas uma nota:
- É curioso que os insultos e acusações constantes de Hillary Clinton a Donald Trump têm passado em branco e que só os que este proferiu em relação e ela tenham sido motivo de notícia nos "órgãos de informação".
Curioso...
Mas significativo!
Se cumprir o programa que está escrito e anunciado e apesar de isso poder "prejudicar" a União Europeia, Donald Trump tem o meu respeito e apoio.
Se eu fosse americano e à luz deste programa, que os "jornalistas" e "analistas" se esforçaram (e esforçam) por não divulgar ou distorcer, tinha votado nele.
Face a esta realidade qual deveria ser a atitude de Portugal?
Como Português: espero que nos aproximemos novamente dos EUA e do Reino Unido, pois está em formação, de novo e com nova força, o poderosíssimo Eixo Londres-Washington.
Já o previa há alguns anos (2001), embora não por estas razões, em trabalhos que publiquei sobre “Portugal e o Mar” e sobre os “As Relações Transatlânticas – Cenários Prospectivos”.
Tal acção trar-nos-ia várias vantagens económicas, financeiras e políticas, pois:
- Somos um País que está no Centro do Mundo Atlântico;
- O Reino Unido é o nosso mais antigo Aliado (Tratado de Windsor);
- Este eixo reconstruído, será o eixo mundial mais forte, em termos dos capítulos acima enunciados;
- Evitaremos ser dominados pela Alemanha;
- Aliviaremos o domínio excessivo, e esmagador, da U. E. sobre o nosso país, que tenho vindo a denunciar.
Já agora merecia a pena pensar bem no que convosco acabei de partilhar.
Uma última nota:
Não sendo americano e não apreciando de todo os discursos insultuosos de AMBOS os candidatos, apenas me resta respeitar a vontade democrática do Povo Americano.
Tem sido divertido apreciar os discursos contra o “Sistema Eleitoral” americano.
E apetece-me perguntar:
- Então, durante as duas eleições de Barack Obama o “sistema eleitoral” era bom e agora não presta?
Umas outras perguntas para aqueles que se arrogam o direito de serem os únicos defensores da democracia:
- Então, agora que votaram um recorde absoluto de americanos (cerca de 170 milhões de pessoas), os resultados denotam que os americanos são incultos e ignorantes?
- Então, durante as duas eleições anteriores, os americanos eram a maior democracia do Mundo e inteligentes e sábios e, de repente, deixaram de o ser?
As previsões do DEUTSCHE BANK sobre a Política de TRUMP
Segundo o mais recente relatório do Deutsche Bank, a política anunciada pelo novo Presidente dos EUA, "tem o potencial de criar uma nova era de crescimento da economia americana e pode mesmo vir a servir de padrão para a economia mundial."
Segundo afirmou David Folkerts-Landau, Economista-Chefe do Deutsche Bank, “esta política tem o potencial de aumentar o crescimento da produtividade americana”, acrescentando que “ao mesmo tempo que Trump introduz a incerteza, isso é melhor do que a certeza da continuação de um cenário medíocre”.
Prevê para os EUA, um crescimento do PIB de 2,4% em 2017 e de 3,6% em 2018, contra o crescimento médio do governo Obama que foi de apenas 1,6% ao ano, crescimento que o Deutsche Bank classifica como “the worst recovery since the Great Depression.”
Isto deixa muitas pessoas "à beira de um ataque de nervos".
Vamos ver o que o futuro próximo (de 1 a 2 anos) nos dirá sobre este novo Presidente Americano, que vai governar para os AMERICANOS e sobre as suas promessas que fizeram tanta gente acreditar nele.
Uma coisa é certa, Trump é multimilionário, que não precisa dos “lobbys” para nada, nem os dos partidos políticos e que prescindiu do seu ordenado de Presidente dos USA.
E isto é muito incomodativo, sobretudo para o grupo de Bill Clinton e suas “ligações escocesas”.
Por mim, vou seguir com muita atenção este 1º mandato do novo Presidente, do nosso Aliado - os Estados Unidos da América.
Melhores cumprimentos
Miguel Mattos Chaves
Gestor de Empresas
Doutorado em Estudos Europeus
Auditor de Defesa Nacional
(Natural de Moçambique e residente nos EUA)