Yakub Sibindy, meu amigo de infância, trouxe à ribalta um assunto que mexe com a minha alma e com toda a minha família -'o assassinato do meu irmão, em Junho ou Julho de 1982, por bandos criminosos do Partido Frelimo, na Ilha de Moçambique, a partir do cativeiro.
O meu irmão - FERNANDES BAPTISTA e o seu colega do martírio, JOSSIAS DHLAKAMA - não fugiram da cadeia. Em Janeiro de 1982, o Presidente Samora Machel promoveu um comício, na Praça da Independência em Maputo, para encontrar "feiticeiros" que justificassem o ataque dos soldados sul-africanos à Matola. Machel não acreditava que o país ainda não tinha tropa formada para enfrentar o exército sul-africano, assim, tudo que acontecia de menos bom, segundo ele, só podia ser obra de alguém de dentro que abria a janela para o feiticeiro de fora entrasse.
Nesse comício, Jossias Dhlakama foi preso e apresentado ao público como inimigo da pátria, sem ter passado por nenhum processo judicial e muito menos ainda acusado pelo Ministério Público. Em Março seguinte, o chefe da Contra-Inteligência Militar, o então Coronel Lago Lidimo, irrompeu em casa do.meu irmão, tendo-o algemado e saído com ele para a cadeia da máxima segurança. Daí levaram-no, na companhia de outros prisioneiros para um campo de concentração, na província de Cabo Delgado e daí transferido para Ilha de Moçambique.
Ora, em 1982, o então presidente de Portugal Ramalho Eanes ia visitar a Fortaleza da Ilha de Moçambique, foi quando Samora Machel encarregou o carrasco Lago Lidimo transferisse os demais prisioneiros para um outro Centro prisional e os tenentes-coronéis FERNANDES BAPTISTA e JOSSIAS DHLAKAMA, depois de tanta tortura e extraídos os olhos, foram algemados dos pés às mãos, introduzidos em sacos de ráfia com pedregulhos por dentro, para que os seus corpos não pudessem flutuar e jogados para o fundo mar. Só fascistas podem a tais façanhas horríveis e diabólicos!
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