O homem, identificado por Sabino, mais vulgarmente conhecido por Talibã, controla o esquema de comércio informal de combustível
A Polícia de Tete, centro de Moçambique, anunciou nesta segunda-feira, 16, que o suposto autor da explosão de um cisterna com gasolina em Caphiridzange, matando 104 pessoas, entregou-se à Polícia de Moatize na semana passada, quase dois meses após a trágedia.
O homem, identificado por Sabino, mais vulgarmente conhecido por Talibã, que, segundo apurámos, controla o esquema de comércio informal de combustível em Moatize e ao longo da N7, entregou-se a Polícia na terça-feira, quando foi detido para responder no processo na justiça.
Ainda segundo a Polícia, Talibã, é proprietário da viatura de marca Toyota Dina, que transportava a moto-bomba que provocou o incêndio, e que também ficou carbonizada durante a operação de transferência ilegal de gasolina da cisterna, pertencente a uma companhia malawiana, para bidons de 20 litros.
“Ele se apresentou e foi detido para responder no processo sobre a tragédia de Caphiridzange”, precisou Pedro Banana, chefe das operações no comando da Polícia de Moatize, sem muitos detalhes.
Banana, afiançou contudo, que Talibã, vai responder num processo já em curso na justiça.
A Polícia já seguia pistas sobre o envolvimento de Talibã, após ter detido em Novembro o primeiro indivíduo suspeito no envolvimento do esquema de venda de combustível que acabou em tragédia no distrito de Moatize.
Contudo a VOA apurou de uma fonte do tribunal local, que Talibã, está em liberdade sob caução, saindo da penitenciária de Moatize, para aguardar o julgamento do processo.
Em Novembro, nesta província, 104 pessoas morreram devido à explosão de um camião-cisterna com gasolina, quando elas estavam a roubar este combustível, na sede da localidade de Caphirizange, no distrito de Moatize.
Dos mais de cem feridos, 52 voltaram para casa e têm estado a receber assistência humanitária do INGC.
O camião-cisterna explodiu durante um roubo colectivo de combustível, depois de ter sido abandonado pelo condutor no dia anterior, na sequência de um primeiro incêndio durante uma tentativa de transferência de combustível para outro veículo.
VOA – 16.01.2017