Sua Excelência Prof. Dr. Marcelo R. de Sousa
Presidente da República,Portuguesa
Tenho vindo a acompanhar as demarches enencetadas por si e pelo do seu país junto do governo de Moçambique para que este esclareça o que aconteceu com o seu concidadão, Américo Sebastião, empresário agropecuário, radicado na Cidade da Beira, raptado por esquadrões da morte, em Nhamapaza, Distrito de Maringue, na província de Sofala, exactamente no dia 30 de Maio de 2016, Por volta das 11 horas da manhã.
Até hoje, tanto a família como os amigos nunca mais souberem da sorte que coube ao seu concidadão. Em Moçambique, infelizmente, é assim mesmo como as coisas funcionam. Um grupo de indivíduos ligados ao poder de Estado tem vindo, de forma sistemática, a mandar raptar e matar todo aquele que identificado como dirigente da oposição, muito em particular da Renamo. Até aqui centenas de cidadãos nacionais desapareceram do convívio dos seus parentes porque foram, fisicamente, eliminados a mando desse grupo.
Pelo modus operandi dessa escumalha, a hipótese do seu concidadão é nula. Possivelmente, Américo Sebastião tenha sido morto e o seu corpo atirado para uma dessas tantas valas comuns ao lado de centenas de moçambicanos desconfiados pelo regime de ter prestado algum apoio à oposição.
O Senhor Presidente Marcelo R. de Sousa tem canais diplomáticos para exigir ao governo de Maputo para que esclareça o que se passou com o seu concidadão e qual foi o destino que lhe deram. Posso-lhe garantir que, nós os moçambicanos, somos raptados e mortos como de galinhas fôssemos. Ninguém pode perguntar nem protestar porque podemos, também, ser mortos. Dos tantos raptados é desaparecidos ainda ninguém retornou ao seio familiar. Todos partiram para o além devido à ganância político-econômica de um punhado de cidadãos moçambicanos que se julgam predestinados para fazerem de Moçambique sua coutada e dos moçambicanos brutos de carga.
Se o seu concidadão voltar com vida e saúde, o que duvido bastante, desejo a sua diplomacia grandes sucessos. Nós continuamos neste vale de lágrimas porque já não temos para onde nos refugiarmos porque Moçambique já deixou de ser um país seguro e aprazível de viver e fazer negócios.
Acredite, Senhor Presidente, que Moçambique, o meu país e a sua segunda pátria, conforme o Senhor disse cá quando foi da sua primeira visita de Estado, virou um inferno para quem não seja do Partido Frelimo, no poder desde 25 de Junho.hoje de 1975 é dá mostras de abrir para que mudanças substantivas possam vir a ocorrer na arena política, económica e social.
Edwin Hounnou