O Instituto Nacional do Petróleo de Moçambique (INP) desmente as declarações proferidas na segunda-feira da semana corrente por um executivo da petroquímica sul-africana Sasol, anunciando a descoberta de petróleo ao largo da costa da província meridional de Inhambane.
Um comunicado de imprensa do INP emitido hoje explica que a Sasol, na execução do Plano de Actividades visando a implementação do Projecto de Petróleo Leve em Inhassoro, distrito de Inhambane, aprovado no âmbito do Plano de Desenvolvimento de Pande e Temane (Áreas do Contrato de Partilha de Produção), procede, desde meados de 2016, a abertura de furos de produção (gás e petróleo).
A Sasol vem explorando esses campos desde 2004, e exporta grande parte do gás através de uma conduta para as suas fábricas de produtos químicos na cidade sul-africana de Secunda.
Segundo o INP, em finais de Agosto do ano passado a Sasol identificou durante a abertura do furo de produção de gás denominado T-27 (Temane), alguns reservatórios confinados contendo gás e petróleo, até então não conhecidos, cuja comercialidade deve ser avaliada.
Até o momento, segundo a nota do INP, foram abertos na Área do Contrato de Partilha de Produção um total de cinco furos de produção, sendo três de gás natural em Temane e dois de petróleo na área de Inhassoro (I-15 e I-16), sendo esta última já conhecida.
Neste contexto, informa-se ao público em geral que em 2017, não foi feita nenhuma outra descoberta para além da referida em Agosto de 2016, lê-se na nota do INP.
Explica que as menções ao desenvolvimento e implementação de projectos de produção de petróleo referem-se ao Projecto de Petróleo Leve em Inhassoro, cujo Plano de Desenvolvimento foi aprovado em Janeiro de 2016.
O INP conclui afirmando que qualquer descoberta e informação relativa aos recursos minerais, o Governo de Moçambique, no âmbito das suas atribuições e responsabilidades para com o povo, usará de todos os meios ao seu dispor para informar em primeira mão aos moçambicanos.
Isso é surpreendentemente diferente da afirmação feita na segunda-feira na notícia veiculada pela agência de notícias Reuters, que dava a entender a descoberta recente de depósitos de petróleo em Inhambane. Implicitamente, ao usar a palavra off, a notícia dava a entender que se trata de furos offshore.
A notícia da Reuters cita o executivo da Sasol, Stephen Cornell, afirmando que quatro furos (dos 12 planificados) deram resultados positivos, dois para o gás e dois para o petróleo.
Esses serão os primeiros poços de petróleo em Moçambique que vão para pleno desenvolvimento, provavelmente em dois, no máximo três anos, disse Cornell, citado pela Reuters.
Contudo, não houve novas descobertas desde Agosto, segundo a nota do INP. Por isso, ou a Reuters produziu uma história errada, ou Cornell falava sobre descobertas ocorridas há vários meses no âmbito de um projecto bem conhecido.
Pf/sg
AIM – 28.02.2017