Moçambique e China rubricaram hoje, em Maputo, um memorando de entendimento ao abrigo do qual aquele país asiático vai instalar uma indústria para transformação em carvão coque o carvão mineral extraído na província central de Tete.
Orçado em cerca de 1,3 bilhões de dólares, a fábrica será instalada na província de Nampula, na região norte.
O memorando foi assinado pela Secretária-Permanente do Ministério da Indústria e Comércio (MIC), Carla Soto, em representação do governo moçambicano e o Presidente do Conselho de Administração da China Brasil Xinnenghuan International Investment (CBStell).
O acto foi testemunhado pelo vice-ministro moçambicano da Indústria e Comércio, Rajendra de Sousa, e pelo embaixador chinês acreditado em Moçambique, Su Jian.
Com uma capacidade anual para a produção de cerca de quatro milhões de carvão coque, o arranque das obras de construção estão agendadas para o segundo semestre do corrente ano.
Falando durante o evento, Ragendra de Sousa disse que a instalação de uma indústria transformadora do carvão mineral cria condições económicas bastante atractivas para o investimento no país.
Apontou como desafio premente das autoridades moçambicanas a formação de mão-de-obra local para que a gestão da indústria siderúrgica esteja a cargo de cidadãos nacionais.
Referiu que com a instalação do projecto significa que Moçambique deixa de exportar sua matéria-prima.
Para nós, moçambicanos, o projecto vai contribuir para melhor gestão da nossa matéria-prima, pelo que, devemos capacitar e formar cada vez mais a mão-de-obra local como uma maneira de acompanhar a competitividade do crescimento da indústria no país, disse.
Sublinhou que, actualmente, nenhuma das mineiras exploradoras do carvão no país, a Vale e a indiana JINDAL, detém o monopólio. Por isso, a entrada da CBSteel vai criar no corredor de Nacala uma grande competitividade benéfica para a economia do país.
O governante reconheceu o esforço da China em cumprir a promessa estabelecida aquando da visita do Presidente da República, Filipe Nyusi, àquele país asiático, em Maio de 2016.
Segundo o PCA da CBSteel, Zhang Shengsheng, as obras para a construção da indústria siderúrgica em Nampula poderão durar cerca de um ano.
Zhang, que falava para a imprensa, momentos após a assinatura do acordo, frisou que, após a inauguração, a fábrica vai criar de forma directa cerca de 1.500 postos de emprego.
Obviamente que através deste projecto surgirão outros empregos, e o número de empregos é enorme, vincou, para de seguida destacar que o projecto será instalado no país de forma definitiva.
Garantiu que com a entrada em funcionamento, o projecto prevê provocar a existência, em redor, de outras fábricas, o que, segundo Zhang, vai criar uma grande zona industrial.
Nos últimos cinco anos foram aprovados para Moçambique 92 projectos, correspondentes a um valor de cerca de 823 milhões de dólares norte-americanos de investimento directo chinês, com potencial para criar mais de 14 mil postos de trabalho.
AC/SG
AIM – 25.02.2017