“Tudo que fiz foi a mando do governo”
- Defende Mesquita em volta do caso em que é implicado por assinar memorandos comerciais com a Cornelder, entidade da qual é accionista
Falando na sua primeira comunicação à imprensa, depois da Comissão Central de Ética Pública ter, recentemente, concluído que o Ministro dos Transportes e Comunicações violou a Lei de Probidade Pública ao assinar memorandos de entendimento comerciais com a empresa Cornelder, da qual segundo informações disponíveis, é accionista e concessionário dos portos da Beira e de Quelimane, Carlos Mesquita revelou, na manhã desta quinta-feira em Maputo, que não tem nada a esconder sobre os referidos memorandos, por ele rubricados, mesmo que, ele mesmo, tenha interesses.
Falando à margem da cerimónia da celebração do Dia Internacional da Meteorologia, ontem assinalado, Mesquita disse ser inocente ao mesmo tempo que anunciou que se prontificava para colaborar com quem de direito para o esclarecimento desta matéria.
O governante deixou transparecer que tudo que fez foi a mando do Governo e que o seu objectivo era criar facilidades no que ao restabelecimento dos serviços de cabotagem diz respeito. “Como governante e como conhecedor, também da lei, conforme já me referi, não participei de nenhum processo decisório se sou accionista ou não isso está assente na lei”, declarou.
O Ministro escusou-se a falar da matéria respeitante a contratação directa da Empresa Carlos Mesquita para prestar serviços de emergência ao Instituto Nacional de Gestão de Calamidades, num negócio de cerca de 20 milhões de meticais. Para Carlos Mesquita o momento ainda não é oportuno para falar sobre esta matéria visto que o assunto ainda está a ser analisado pela comissão de ética.
“Mas eu gostaria de falar no caso no momento específico porque está a decorrer, neste momento, um processo de resposta e eu acho que não é correcto, neste momento, estarmos a revelar aspectos em análise”, justificou Mesquita o facto de não poder se pronunciar em volta desta matéria.
Entretanto, o governante defendeu que como forma de esclarecer este caso, o Ministério dos Transportes e Comunicações divulgou todos os memorandos rubricados. (B. Luís)
MEDIAFAX – 24.03.2017
NOTA: Os ministros andam a “mando” do Governo ou são “membros” do Governo? Se andam a “mando” do Governo quer dizer que até podem executar aquilo com que não concordam. Se assim fôr que o digam, por favor.
Fernando Gil
MACUA DE MOÇAMBIQUE