Na TIM
O ministro da Terra, Ambiente e Desenvolvimento Rural, Celso Correia, prometeu liquidar hoje a dívida de oito meses de salários em atrasos com os trabalhadores da TIM (Televisão Independente de Moçambique). Celso Correia desfez-se da TIM no ano passado, colocando como novos donos seus antigos colaboradores, chefiados por Alexandre Rosa, num processo que foi baptizado como “venda”, mas sobre o qual se sabe que foi uma estratégia para tirar o nome do actual ministro da frente de uma televisão a braços com problemas financeiros graves e também para salvaguardar a sua nova posição.
Acontece que os trabalhadores sempre souberam que os novos donos não passavam de testas-de-ferro políticos e, sempre que reivindicavam os seus salários, faziam questão de mencionar o nome de Celso Correia, o verdadeiro dono, apesar de já não constar nos papéis.
Os ditos novos accionistas falharam na passada terça-feira o pagamento dos meses em atraso, faltando ao que havia sido combinado, e precipitaram uma greve geral de paralisação de actividades. Como recurso, os trabalhadores escreveram uma carta a Celso Correia a pedir a sua intervenção, tendo-o feito sabendo que estavam a recorrer ao verdadeiro dono. Celso Correia respondeu à carta e diz que vai pagar, alegadamente por estar “solidário com a causa dos trabalhadores”, uma jogada que aparentemente transforma o vilão da história em herói.
Segundo Paulo Chimene, porta-voz dos trabalhadores, esta resposta do antigo accionista surge em resposta a uma carta dos trabalhadores na qual lamentavam a saída de Celso Correia da empresa e a entrada de novos accionistas, a “Trial Investimentos”, que veio colocar os trabalhadores numa situação insustentável.
A carta prossegue: “Gostaríamos de pedir a ajuda para o pagamento dos 8 meses de salários em atraso, em que a ‘Trial’ nos colocou, desde Junho, Agosto, Setembro, Outubro, Novembro, Dezembro de 2016 e Janeiro e Fevereiro de 2017”.
Segundo Paulo Chimene, no contacto realizado com Celso Correia na sexta-feira, 3 de Março, ele prometeu liquidar a dívida até hoje, segunda-feira. (Cláudio Saúte)
CANALMOZ-06.03.2017