E insiste que só volta a apoiar Moçambique depois da auditoria e mediante apresentação pelo Governo de um plano para alívio da dívida. Quer ainda que haja um acordo com o Governo sobre políticas para apoiar um eventual programa de ajuda do FMI.
Numa altura em que falta pouco tempo para a divulgação dos resultados da auditoria às dívidas escondidas, o FMI exige saber com precisão o destino real do valor da dívida contraída ilegalmente pelo Governo.
A informação foi dada pelo director do FMI para África, Abebe Selassie, numa conferência de imprensa em Washington D.C., e citado pela emissora “Voz da América”.
Segundo esta emissora, Abebe Selassie declarou que o FMI só volta a apoiar Moçambique mediante o cumprimento de três requisitos, designadamente a apresentação dos resultados da auditoria às dívidas, um plano do Governo para alívio da dívida e um acordo com o Governo sobre políticas para apoiar um eventual programa de ajuda do FMI. Sobre o debate acerca da necessidade da publicação dos nomes dos envolvido nas dívidas, o FMI não quer comentar, mas afirma que os termos de referência sobre a auditoria são claros.
“Temos que saber exactamente o que aconteceu aos fundos dos empréstimos obtidos pelas três empresas”, disse Abebe Selassie, citado pela “Voz da América”.
Internamente, há um debate sobre a questão de saber se se são divulgados os nomes dos responsáveis pelas dívidas escondidas. Questionado pela “Voz da América” sobre se espera que os nomes sejam divulgados, Abebe Selassie repondeu que não queria fazer “julgamento antecipado sobre os resultados da auditoria” e acrescentou: “Teremos que ver o que está na auditoria, mas os termos de referência para essa auditoria são muito claros”.
Segundo a Procuradoria-Geral da República, o relatório que deverá ser entregue no dia 28 deste mês pela “Kroll” não tem os nomes, por conta do processo que corre na Procuradoria-Geral da República. Porque este processo está em instrução preparatória, os nomes não serão revelados. Segundo a Procuradoria-Geral da República, os nomes poderão ser revelados mais tarde.
Recentemente, a Procuradoria-Geral da República divulgou uma lista de pessoas sobre as quais pede a queda do sigilo bancário.
Nessa lista, destacam-se o ex-Presidente da República Armando Guebuza e pessoas que lhe são próximas. (André Mulungo)
CANALMOZ – 24.04.2017