O Presidente da República de Moçambique, Filipe Nyusi, acredita que o país caminha "a passos largos" para a "paz efetiva", anunciou hoje o chefe de Estado numa mensagem por ocasião da Páscoa.
"Esta celebração ocorre numa altura em que a sociedade moçambicana caminha, a passos largos, rumo ao estabelecimento de consensos conducentes a um convívio harmonioso e de concórdia decorrente do diálogo, em curso, para paz efetiva", lê-se na mensagem.
Nyusi apela à fé num futuro "radiante, mesmo em momentos em que os nossos caminhos se mostrem sinuosos ou as nossas capacidades não estejam no seu melhor", refere, numa altura em que o país atravessa uma grave crise financeira.
De acordo com dados do Instituto Nacional de Estatísticas de Moçambique (INE), a inflação anual atingiu 25,27% em dezembro de 2016, levando a uma quebra no poder de compra da população moçambicana.
"Unidos na diferença, mas no mesmo propósito, podemos, com muito trabalho, construir um país de bem-estar para todos", conclui o presidente.
Desde dezembro que foi declarada uma trégua na crise política e militar em Moçambique.
Os conflitos opõem as Forças de Defesa e Segurança e o braço armado da Resistência Nacional Moçambicana (Renamo), maior partido de oposição, que reivindica vitória nas eleições gerais de 2014, acusando a Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo), no poder há mais de 40 anos, de fraude no escrutínio.
Na sequência dos conflitos, por várias vezes, a circulação em algumas das principais estradas do centro país ficou condicionada a escoltas militares.
No final de dezembro, como resultado de conversas telefónicas com o Presidente moçambicano, Filipe Nyusi, o líder da Renamo, Afonso Dhlakama, declarou uma trégua de uma semana como "gesto de boa vontade", tendo, posteriormente, prolongando o seu prazo por duas vezes para dar espaço às negociações.
Na agenda de discussões estão a descentralização e assuntos militares - despartidarização das Forças de Defesa e Segurança e o desarmamento do braço armado da oposição, bem como sua reintegração na vida civil.
LFO // JPS
Lusa – 14.04.2017
NOTA: Interessante que os “esquadrões da morte” (salvo alguns casos talvez pendentes) tivessem deixado de actuar. Só mostra que obedeciam a um comando. Já agora: como vão as negociações entre a Renamo e o Governo?
Fernando Gil
MACUA DE MOÇAMBIQUE