O principal elemento da oposição na Zâmbia, Hakainde Hichilema, foi detido, esta terça-feira, depois de um cerco de várias horas à sua residência, sendo depois acusado de traição por ter obstruído a coluna motorizada do presidente Edgar Lungu.
Uma foto difundida por vários órgãos de comunicação da Zâmbia - país que faz fronteira com Angola e com Moçambique - mostrava um dos carros da escolta de Hichilema posicionado ao lado do carro do presidente Edgar Lungu, no decorrer de uma deslocação no Oeste do país, no domingo.
Mais de cem polícias foram mobilizados desde a noite de segunda-feira para fazer um cerco à casa do líder da oposição zambiana. Hoje de manhã foi dada a ordem para tomar a casa de assalto. Hichilema foi detido e levado para uma esquadra da capital, Lusaka.
"Lançaram gás lacrimogéneo contra a sua casa, contra a sua família e crianças", afirmou Stephen Katuka, secretário-geral do Partido Unido para o Desenvolvimento Nacional (UPND), a formação de Hichilema.
O chefe do UPND foi depois levado para um campo de treino da polícia, no exterior da capital, onde lhe comunicaram que seria acusado de traição.
As autoridades bloquearam o acesso ao campo de treino onde Hakainde Hichilema se encontra detido.
Segundo o seu advogado, Hichilema não poderá ser libertado sob caução, já que esse é um benefício que está vedado aos acusados de traição.
Caso seja condenado, Hichilema arrisca uma pena de prisão de 15 anos.
Candidato derrotado em cinco eleições presidenciais na Zâmbia, Hakainde Hichilema, também conhecido por "HH", perdeu em agosto de 2016 para Edgar Lungu.
Hichilema contestou os resultados das eleições em tribunal, afirmando que houve fraude, mas o tribunal constitucional validou a reeleição de Lungu, no poder desde 2015.
RM – 12.04.2017