ZECA CALIATE VOZ DA VERDADE, FIQUEI PELO CAMINHO PARA CONTAR COMO FOI…
É esta história que os professores das Escolas Primárias e Secundárias deviam ensinar na sala de aula de Rovuma até Maputo e de Zumbo ao Oceano Índico, sem que se preocupassem com discriminação tribal ou com discriminação entre raças, pois os jovens precisam de saber e aprender o que é a Frente de Libertação de Moçambique Frelimo, fundado em 1962 que não tem nada a ver com aquilo que estamos a verificar hoje. Transformada numa empresa que explora o povo, aliás esta Organização intitulada Frente de Libertação de facto, foi desvirtuada e sofreu uma profunda mudança dos seus objetivos iniciais.
Durante o seu percurso na luta armada pela Independência, os seus novos dirigentes ignoraram os princípios iniciais que levaram os Moçambicanos de todo o País a se unirem num esforço comum, com objetivo de expulsar do solo Pátrio o colonialismo vindo do exterior e o objetivo era trazer para o País o novo modo de viver em prol da paz nacional. Infelizmente antes da dita vitória ser alcançada, houve infiltração no seio da Organização que instaurou uma ditadura estranha, onde os ideais foram ignorados e a escravatura mais feroz foi reimplantada no País.
Tudo começou com os assassinatos introduzidos internamente e sem explicação, Samora Moisés Machel, encontrou como via mais rápida para chegar ao poder, criou um grupo de assassinos no seio das próprias Forças Populares de Libertação de Moçambique com conhecimento do próprio Presidente da Frelimo Eduardo Mondlane para liquidar o homem que era bem-querido por todos e defensor de Unidade Nacional e muito responsável de luta pela Independência Nacional e Democratização do País. Todavia, esse sonho não foi realizado devido à sua morte por assassinato em 1966, feito por um grupo de bandidos liderados por ele próprio, antes de se alcançar a desejada Independência Nacional: Filipe Samuel Magaia, chefe dos Departamentos da Defesa e de Segurança foi assassinado brutalmente de madrugada, quando atravessava um riacho na Província do Niassa, quando cumpria mais uma missão para o bem do seu País. Seus companheiros também quadros responsáveis ao chegarem na fronteira com Tanganica, foram de imediato feitos prisioneiros pelo exército Tanzaniano sem saber o porquê.
Eduardo Mondlane, Samora Machel, Marcelino dos Santos e Joaquim Chissano, tinham já planeado tudo com as autoridades daquele País de Júlios Nyerere e depois da sepultura de Filipe Magaia, Eduardo Mondlane nomeou Samora Machel para chefe do Departamento de Defesa substituindo Filipe Magaia e Joaquim Alberto Chissano, para Segurança da Frelimo. Os que acompanhavam Filipe Magaia na sua missão no interior de Moçambique, foram escoltados até a fronteira entre Tanganica e Moçambique, desta vez no rio Rovuma, onde os nossos compatriotas foram entregues ao Alberto Chipande, Raimundo Pachinoapa, Lagos Lidimo e Selésio Limbipano, que depois foram fuzilados de imediato um por um para não deixar vestígio. Por sua vez, o assassino de Filipe Magaia, Lourenço Matola, era conduzido para hotel prisão sem ser ouvido por Moçambicanos para se apurar o porquê de ter assassinado aquele grande chefe. Mais tarde, soubemos que o mesmo apareceu no Quénia, onde foi atropelado por um automóvel fantasma.
Daí em diante, a história da Frelimo, mudou de figura, quem não se contentasse com esta nova situação, porque estava contra a Frelimo e como tal contra a Independência de Moçambique e este senário até hoje é patente, se não és da Frelimo não és moçambicano e corres o risco de ser sentenciado a pena capital, isto inclusive os próprios fundadores do Partido Frelimo.
A situação criada pelos golpistas foi caótica e angustiante, pior foi quando Eduardo Mondlane o primeiro Presidente da Frelimo, foi também aniquilado em fevereiro de 1968, sendo autor o mesmo grupo que tinha ordenado a execução de Magaia. Um ano mais tarde em 1969, Samora Machel, é proclamado pelo seu grupo líder da Frelimo renovada e com seu agrupamento lançam o último golpe de assalto do reduto final à Frelimo. Por isso, ironicamente há pessoas que julgam que foi Samora Machel, Marcelino dos Santos, Joaquim Chissano, Armando Emílio Guebuza ou outros no poder que trouxeram Independência para Moçambique, isso não é verdade, para já esses homens com exceção do próprio Samora Machel que sempre viveu no campo de Nachingwea e longe das batalhas que foram travadas ao longo de anos que a guerra durou, enquanto outros como Joaquim Chissano, Armando Guebuza, Marcelino dos Santos, Mariano Araújo Matsinhe e outros, viveram na boa vida em grandes cidades de Dar-és-Salaam, Lusaca, entre outras longe do zumbir de balas, contra aquilo que chamaram de colonialista, pois estes indivíduos foram usurpadores do ideal inicial da Frelimo. Apoderaram-se dessa Organização, para seus próprios interesses, alguns foram para a Frelimo por serem parentes dos criminosos e ladrões de nova liderança e encontraram tudo cozinhado e bem trabalhado. Esse grupo foi apenas para ocuparem lugares de chefias que não lhes pertenciam e então tiveram que expulsar e mataram os verdadeiros nacionalistas citados na lista abaixo. Isto demostra a crueldade que houve na Frelimo, desde a subida ao poder de Samora Machel e seu grupo, não é invenção de Zeca Caliate, os factos falam por si, o meu testemunho é de nacionalista e um dos sobreviventes dessa teia do mal que se chama Frelimo e fiquei para contar como foi. Essa é uma realidade infernal vivida por mim e por outros compatriotas que não tiveram a mesma sorte de se safarem no seio da Frente de Liquidação de Moçambique que foi instalada a partir do Tanganica, terra de mualimo Júlios Kambriji Nyerere, que em Português, quero dizer professor Júlios Kambriji Nyerere.
SEGUE UMA PARTE DA LISTA DE ASSASSINADOS NO SEIO DA FRELIMO:
1º- Rer. Timóteo Uria Simango, Vice-Presidente da Frelimo, um dos fundadores do movimento, foi queimado vivo em Metelela “Niassa”,
2º- Celina Simango, esposa de Timóteo Uria Simango, queimada viva em Metela “Niassa”,
3º- Filipe Samuel Magaia, chefe de Departamento de Defesa e Segurança “DSD” assassinado a sangue frio na Província do Niassa,
4º-Padre Mateus Pinho Gwejere, assassinado a sangue frio,
5º-Casal Ribeiro, vice-chefe do “DSD” assassinado a sangue frio,
6º-Francisco Manyanga, 1º secretário da Defesa Província de Tete, envenenado no hospital de Muhimbiri em Dar-és-salaam Tanganica,
7º-Lazaro Kavandame, 1º secretário da Defesa da Província de Cabo Delgado, assassinado a sangue frio,
8º-António Silva, 1º comandante e chefe da Defesa nas Províncias da Zambézia e Niassa, assassinado a sangue frio,
9º-António Mpindula, adjunto comandante na Província da Zambézia, assassinado a sangue frio,
10º-Alberto Mutumula, comissário político natural da mesma Província Zambeziana, assassinado a sangue frio,
11º-António Jahova, comandante em Mutarara, natural da Província de Tete, assassinado a sangue frio,
12º-Elias Sigauque 1º comandante do 4º sector Província de Tete, natural de Manica e Sofala, assassinado a sangue frio,
13º-Alberto Sande, chefe do 1º campo de treino militar de Kongwa no Tanganica, natural de Manica e Sofala, assassinado a sangue frio,
14º-Luís Arranca Tudo, Instrutor no campo de Bagamoyo e posteriormente comandante da base da Frelimo Catur Niassa, natural da Zambézia, assassinado a sangue frio,
15º-José Alves, 1º secretário da Frelimo na Província da Zambézia, assassinado,
16º-Alexandre Magno, 2º secretário Província da Zambézia, assassinado a sangue frio,
17º-Alves Coviúva, combatente e natural da Zambézia, assassinado a sangue frio,
18º-António Landan, combatente e natural da Zambézia, assassinado a sangue frio,
19º-Luís Njanji, “António Kanyemba” chefe das operações da
Província de Tete e natural da mesma Província, assassinado a sangue frio,
20º-Armando Malata, responsável de material bélico no 4º sector na Província de Tete, natural de Zambézia, assassinado a sangue frio,
21º-António Machado, comandante da Frelimo, natural da Zambézia, assassinado a sangue frio,
22º-António Mazuze, comandante da Frelimo na zona de Marupa Niassa Ocidental, natural de Gaza, assassinado a sangue frio por desentendimento com seu conterrâneo Samora Machel,
23º-Pascoal Nhampule, 1º chefe das operações e posteriormente 1º secretário da Defesa da Província de Tete, assassinado, por desentendimento com seu conterrâneo Samora Machel,
24º-Frackson Sandramo Banda, comandante de Destacamento no 4º sector e natural de Tete, assassinado a sangue frio,
25º-Manuel Mumba, comissário político e natural de Tete, assassinado a sangue frio,
26º-António Afonso, comissário político, natural de Tete, assassinado a sangue frio,
27º-Lino Ibrahimo, comandante da Frelimo e natural da Zambézia, fuzilado por João Facitela Pelembe na frente de Cabo Delgado,
28º-José Mandindi, comissário político e natural de Niassa, assassinado a sangue frio,
29º-José Rivas, “Kambuku” comandante da base Furancungo, natural de Mutarara Tete, assassinado a sangue frio,
3º-Dr. Cambeu, um dos dirigentes de COREMO, natural de Morumbala Zambézia, assado vivo em Mitelela no Niassa,
31º-Basílio Banda, líder de MONIPAMO e dissidente da FRELIMO, natural de Niassa, queimado vivo no Metelela,
32º-Drª Joana Simeão, vice-Presidente da GUMO, uma das queimadas vivas no Metelela Niassa, natural de Nampula,
33º-José Nicodemo, comandante da Frelimo dissidente, natural da Zambézia, assassinado a sangue frio,
34º-Augusto Nababele, combatente e natural da Zambézia, assassinado a sangue frio,
35º-Miguel Ferrão, comandante da 1ª base central da Província de Tete e natural da mesma Província,
36º-Francisco Cúfa, um dos dirigentes e que representou a FRELIMO, na República da Zâmbia, natural da Zambézia, raptado e assassinado a sangue frio,
37º- Carlos Djama, Delegado na Zâmbia para assunto militares, natural da Zambézia, raptado e assassinado a sangue frio,
38º-Felix Mendes, combatente da Frelimo e natural de Tete, assassinado a sangue frio,
39º- Fernanda Phiri, comandante de destacamento-feminino, natural da Província de Tete, assassinada a sangue frio,
40º-Josina Muthemba, Ex-namorada de Filipe Samuel Magaia, chefe “DSD” e posteriormente esposa de Samora Moisés Machel, envenenada e morta no hospital de Muhimbiri em Dar-és-Salaam Tanganica, natural de Quelimane Zambézia,
41º-Sara Tomás, comandante de destacamento-feminino no 4º sector, Província de Tete e natural da mesma Província, assassinada a sangue frio,
42º-Silvério Nungo, um dos dirigentes da FRELIMO, fuzilado na base Moçambique em Cabo Delgado, natural de Manica e Sofala,
43º-Joaquim Matias, comandante da Frelimo em Bagamoyo, natural de Cabo Delgado, assassinado a sangue frio,
44º-Fernando Napulula, comandante de destacamento no 4º sector, Província de Tete, natural de Cabo Delgado, assassinado a sangue frio,
45º Dúnia Nkunda, comandante de um destacamento 4º sector, Província de Tete, natural de Cabo Delgado, assassinado a sangue frio por António Hama Thai,
46º-Raimundo Dalepa, comandante de 8º Destacamento 4º sector Província de Tete, natural de Cabo Delgado, assassinado a sangue frio por António Hama Thai,
47º-Carlos Nunes, comandante de Destacamento no 4º sector Província de Tete, natural de Zambézia, assassinado a sangue frio por António Hama Thai,
48º- António Fabião, comandante de secção de artilharia base central do 4º sector Província de Tete, natural de Zambézia, assassinado a sangue frio por António Hama Thai,
49º-António Quembo, combatente da Frelimo e natural de Tete, assassinado a sangue frio,
50º-Joaquim Mutamanga, também era conhecido por “Francisco Ndeu”, foi chefe das operações da guerrilha de Manica e Sofala, natural da mesma Província, assassinado a sangue frio,
51º-Damião Phiri, comandante de Destacamento no 4º sector na Província de Tete e natural da mesma Província, assassinado a sangue frio,
52º-Paulo Gumane, Presidente de COREMO, queimado vivo em Metelela, natural de Inhambane,
53º-Pedro Mondlane, assassinado por se desentender com Samora Machel,
54º-Júlio Razão, um dos dirigentes de COREMO, queimado vivo em Metelela, natural de Zambézia,
55º-António Francisco Langa, ex-delegado da Defesa da República da Zâmbia, foi forçado a suicidar-se pelo Samora Machel seu conterrâneo por causa de dinheiro que ele desviou para seus interesses pessoais.
FUNGULANI MASSO, lembrem-se bem, QUEM NÃO LUTA PERDE SEMPRE, A LUTA É CONTÍNUA.
Zeca Caliate, general Chingòndo, um dos sobreviventes da Teia do mal Frelimo.
Europa, 13 de Abril de 2017
(Recebido por email)
Vejam http://www.macua1.org/blog/caliate.htm
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