Um artigo da agência de informação económica Bloomberg relata que FMI teve suspeitas sobre os empréstimos escondidos de Moçambique quase um ano antes do governo admitir que tinha dívidas não reveladas.
Numa troca de e-mail, o então representante residente do FMI em Maputo, Alex Segura-Ubiergo, perguntava, em Maio de 2015, a Isaltina Lucas Sales, na altura Secretária Permanente do Ministério da Economia e Finanças, se o crédito para a ProIndicus estava no mesmo pacote ao da Ematum. Lucas Sales remeteu Alex Segura para o poderoso oficial do SISE, António do Rosário, de quem não obteve resposta.
As comunicações, vistas pela Bloomberg e confirmadas pelo FMI, mostram pela primeira vez como o fundo procurou descobrir as chamadas dívidas ocultas.
A pergunta era sobre um empréstimo de USD372 milhões organizado pelo Credit Suisse para a ProIndicus. O FMI queria saber se a dívida era parte de um crédito já público de USD850 milhões para a Ematum contratada dois anos antes, alertando que poderia ser um caso de denúncia ao conselho do Fundo se o empréstimo não tivesse sido previamente declarado.
As autoridades moçambicanas disseram repetidamente ao FMI, inclusive na resposta ao e-mail de Maio de 2015, que o empréstimo ProIndicus era “parte do pacote de financiamento da Ematum e que os empréstimos não tinham sido assinados como empréstimos separados”, disse o FMI na declaração feita para Bloomberg. “Foi apenas em Abril de 2016 que percebemos que o ProIndicus era um empréstimo separado e obteve a garantia assinada das autoridades, algo que eles estavam a negar até então”.
As consultas de Segura-Ubiergo mencionaram um memorando do Credit Suisse de Fevereiro de 2013 que mostrou que o empréstimo ProIndicus era de USD372 milhões. Em última análise, o empréstimo foi aumentado para USD622 milhões, informou o governo em Novembro do ano passado.
SAVANA – 30.06.2017
NOTA: Até quando estes “ladrões” pensavam que a mentira e o esconder dos empréstimos se mantinham? Porque será que António do Rosário é PCA das 3 empresas em causa? Para poupar ordenados? Acho que não. Apenas porque as empresas não foram criadas para funcionarem como tal. Apenas “capa para roubar”. E quantos menos estivessem comprometidos maior era o “bolo” para cada um. Bando de mentirosos!
Fernando Gil
MACUA DE MOÇAMBIQUE
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