O PAIS cumpriu ontem uma etapa decisiva com vista ao arranque da exploração do gás natural da bacia do Rovuma, em Cabo Delgado, com o lançamento do projecto Coral Sul, que consiste na instalação duma unidade flutuante de liquefacção de gás natural.
Orçado em cerca de oito biliões de dólares norte-americanos o projecto pretende instalar, no alto mar, uma plataforma flutuante a partir do qual vai se extrair o gás natural, liquificá-lo; armazená-lo e descarregá-lo em forma líquida.
O Presidente da República, Filipe Nyusi que procedeu ao lançamento oficial do projecto destacou que, para além de colocar Moçambique na lista dos maiores produtores de Gás Natural Liquefeito, o projecto Coral Sul, também vai atrair investimentos para os sectores e áreas relacionadas gerando receitas que, por sua vez, irão trazer benefícios sócio-económicos para o país.
Referindo-se à importância do projecto, Filipe Nyusi disse que o mesmo, permitirá a optimização do tempo de comercilização dos recursos da área 4 acelerando o tempo da sua monetização o que contribuirá para a geração de receitas para o Estado nos próximos anos.
“Posso dizer que este empreendimento marca o início da transformação em dinheiro deste recurso estratégico que Moçambique dispõe”, indicou o Presidente acrescentando ser crucial uma exploração sustentável, sem prejuízos para o ambiente, sobretudo, a actividade piscatória, turismo e outras desenvolvidas pela população local.
Frisou que estando a ser desenvolvido num corredor do espaço Afro-Índico e convivendo com estados que são Ilhas, há que acautelar todos os riscos, principalmente em termos de segurança impondo-se, para isso, a necessidade de uma maior coordenação entre as instituições do Governo a nível central e provincial.
O lançamento do projecto Coral Sul foi presenciado por membros do Governo, representantes de empresas concessionárias da área 4, nomeadamente, a Italiana Eni, Sul Correana (KOGAS), a chinesa CNPC, a portuguesa GALP e a moçambicana ENH, e outras entidades convidadas.
Para além do lançamento oficial do projecto, a cerimónia de ontem foi também marcada pela assinatura dos contratos para a construção da plataforma de perfuração, umbilicais e sistemas de produção submarinos, bem como o contrato de engenharia, aprovisionamento, construção, instalação e comissionamento da unidade flutuante de Gas Natural Liquefeito.
Falando na ocasião, o Presidente do Conselho de Administração (PCA) da Empresa Nacional de Hidrocarbonetos, Omar Mithá, disse que este projecto, pela sua dimensão e natureza, não tem precedentes em Moçambique e na África Sub-Sahariana, sendo o terceiro no mundo e o primeiro em África.
Já o Presidente Executivo da Eni, Claudio Descalzi destacou a complexidade que rodeou a concretização deste empreendimento referindo que o seu financiamento envolve 15 bancos dos quais três nacionais e 12 estrangeiros.
Descalzi referiu-se também à importância do projecto Coral Sul dizendo que o mesmo vai contribuir para o desenvolvimento de Moçambique.
De referir que a fábrica flutuante do Coral Sul deverá estar pronta dentro de cinco anos devendo produzir 3.4 milhões de toneladas métricas de gás por ano.
NOTÍCIAS – 03.06.2017