A UNESCO lança na sexta-feira em Maputo a consulta pública nacional ao processo de candidatura do Parque Nacional das Quirimbas (PNQ) a Reserva da Biosfera, a primeira do género em Moçambique.
Situado no norte de Moçambique, com uma área superior a 750 mil hectares, em terra e no mar, o parque foi criado em 2002 com o apoio da Agência Francesa para o Desenvolvimento e da ONG internacional Fundo Mundial para a Natureza (WWF, na sigla inglesa) pelo seu valor ambiental e arquitectónico.
As florestas da zona estão sob ameaça de empresas madeireiras e as espécies são alvo de caça furtiva, que já extinguiu a população de rinocerontes e tem reduzido significativamente a de elefantes, de acordo com a WWF.
Nos próximos anos, as atenções estão centradas para a construção da "cidade do gás" no vizinho distrito de Palma, fruto do início de exploração do gás natural da Bacia do Rovuma em 2022.
Num cenário recheado de ameaças, a UNESCO acredita que a classificação como Reserva da Biosfera vai trazer mais-valias.
"O reconhecimento internacional do Parque das Quirimbas como uma área de conservação de classe mundial, integrando a Rede Mundial de Reservas de Biosfera (WNBR) conduzirá a oportunidades de conservação, valorização e uso sustentável dos recursos naturais e do património cultural", refere a organização, no anúncio da consulta pública.
As reservas de biosfera da UNESCO pretendem ser "áreas representativas dos ecossistemas terrestres, marinhos e costeiros mundiais", explica a organização.
Na última semana, 23 novas áreas foram classificadas e juntaram-se às 669 que já faziam parte da rede mundial.
Lusa – 22.06.2017