Centelha por Viriato Caetano Dias ([email protected])
Ninguém nos leva para o fundo quando estamos dispostos a lutar. Rui de Carvalho, actor português
Chantagistas? Não os queremos. Podem ir-se embora, havemos de sobreviver. Desde que se anunciou a retirada em catadupa do apoio orçamental, já lá vão dois anos e meio, Moçambique não desapareceu e nem perdeu a sua soberania.
Nenhum moçambicano, a despeito das adversidades da vida, vergou-se perante este cenário da actual crise económica e financeira. Significando que podemos, embora com acentuado sacrifício, sobreviver sem precisar de ir a reboque de nenhum parceiro de cooperação chantagista. A lição de Robert Mugabe não deve ser descartada: em lugar de vergar-se (pois ficava mais fácil subir-lhe às costas), o amado presidente do Zimbabwe preferiu e bem viver “orgulhosamente sós.”
Pedir prisão de alguns dirigentes moçambicanos que contraíram dívidas que tornaram mais resilientes a nossa Pátria Amada, em troca da retoma ao apoio orçamental, não é um acto de bondade, mas sim de ingerência nos assuntos internos. O facto de sermos membros “economicamente fracos” das organizações internacionais ocidentais, não nos torna lacaios de ninguém, até porque nas Relações Internacionais vige o princípio da horizontalidade do poder. Não somos pobres de dignidade e nem estamos desprovidos de coragem, para aceitarmos chantagens. O que define a nossa soberania é a nossa dignidade. Temo-la. A “mendicidade” de África deve-se a um factor irrefutável:
COLONIZAÇÃO E EXPROPRIAÇÃO DAS SUAS RIQUEZAS.
O que de facto me surpreende é a quantidade de intelectuais nossos que, perante uma clara ingerência estrangeira, militam do lado dos chantagistas. Foi assim durante a luta armada de libertação nacional: enquanto a maioria lutava, a minoria era “catequizada” pelo inimigo.
Esses intelectuais, que até vivem às expensas do nosso Estado, fazem carreira com base na mentira. Lançam teorias de conspiração para ver se pega. E por vezes pega, sobretudo naqueles doadores mais incautos, que são empurrados a acreditar em mentiras orquestradas pelos inimigos do nosso desenvolvimento. Cortar ajuda internacional não é justiça, é vingança.
Esses intelectuais fazem mais: atacam Moçambique, lançam veneno e conspiram contra o governo da Frelimo, mas não renunciam a nacionalidade. Porquê? Em Gaza há um ditado que é míster: Se você não concorda com o rei, muda de terra. De facto, se não gostam de Moçambique, migram. Cobardes, vendem-se por tuta e meia. Fazem festas de estadão com a nossa pobreza.
Dirão alguns: cadê os 500 milhões de dólares? Eu não sei. Mas se alguém souber que vá buscá-los. Mas não nos peça que prendamos os nossos filhos, antes de se apurar a culpa. Deixem que a PGR faça o seu trabalho, sem interferência e ingerência.
Perante esta situação, o governo deve tomar medidas draconianas para cortar a dependência. E de que forma isso se consegue? Simples: PRODUÇÃO. E mais ainda: é preciso compreender que ficar a dever custa muito dinheiro. Zicomo e um obrigado nhúngue ao Mavambe Jr., jovem honesto e trabalhador.
WAMPHULA FAX - 31.07.2017