Nachingueia, Farm 17, sul de Tanzânia. Manhã de um dia diferente no mês de Janeiro de 1975. Alguns Homens e mulheres abatidos estão perfilados perante Samora Machel, e o então 1º Ministro Joaquim Chissano (do Governo de Transição com os portugueses, 20 Setembro 1974 - 24 Junho 1975) passando revista e verificando até que ponto a “sessão” da noite anterior no mato (tortura até ao amanhecer) tinham causado danos físicos aos apresentados (o cronista desta coluna estava num desses grupos).
O destino desses homens e mulheres está em jogo. Samora Machel dirige-se ao veterano nacionalista Adelino Gúambe (Gwambe) com a saudação (em shangane): - “Kundjane uá ly kaya?” (Como estás patrício da terra?). Adelino Gúambe responde com altivez de mãos nos bolsos: - ”Chaúane mufana uá mina”… (olá meu miúdo) …
Valentim o Pide tetense, mestre da tortura “reconvertido,” e os guardas de capacete de imediato tiram-lhe as mãos dos bolsos com brusquidão. Mas Adelino uá kaGúambe coloca-as de novo nos bolsos, em desafio. Samora sorri condescendente.
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