Empresa brasileira nega responsabilidade e diz que vai dar assistência à família.
Um cidadão morreu vítima de baleamento quando a Polícia da República de Moçambique abriu fogo contra a população que protestava contra a vedação de uma passagem que foi levada a cabo pela "Vale" em Moatize, na província de Tete. Vendo os protestos da população, a ''Vale" chamou a Polícia para dispersar os manifestantes, e esta abriu fogo contra a população, tendo assassinado a tiro um dos manifestantes. No passado sábado, o cidadão assassinado foi a enterrar na sua terra natal, em Tsangano.
Na sequência do incidente, a empresa brasileira "Vale Moçambique" emitiu um comunicado no qual a nega qualquer responsabilidade sobre os acontecimentos da semana passada, que terminaram com a morte de uma pessoa e ferimento de outras. Em comunicado de imprensa, a "Vale Moçambique" diz que, no dia 13 de Julho de 2017, lamentavelmente um morador do Bairro Nhantchere, na vila de Moatize, vizinha do complexo mineiro da "Vale", perdeu a vida em consequência de uma bala perdida, aquando da intervenção da Polícia da República de Moçambique na reposição da ordem pública, em virtude de tentar dispersar a população que impedia os trabalhos de fecho da vedação já existente no local que dá acesso à área pertencente à empresa *Vale Moçambique".
O comunicado diz que a "Vale*, desde o início das suas actividades, tem levado a cabo várias iniciativas de sensibilização e consciencialização das "comunidades", através dos seus Interlocutores: Governo e "líderes comunitários", para que seja explicado o risco de entrada indevida na área operacional, devido aos perigos inerentes ao processo produtivo de mineração.
A empresa diz também que a vedação das áreas de exploração mineira é um requisito legal, e a "Vale*, desde 2012 vem realizando o trabalho de vedação da extensa área onde ocorreu o incidente. Um dos valores da empresa é "a vida em primeiro lugar", diz a *Vale", e acrescenta que a vedação da área é imprescindível para garantir a segurança da própria população.
A "Vale" diz que lamenta o sucedido, que se solidariza com a família do cidadão que foi morto, que irá prestar toda a assistência necessária e que as autoridades competentes estão a trabalhar no apuramento dos factos.
CANALMOZ – 18.07.2017
NOTA: A este propósito ouça Tomás Vieira Mário em http://macua.blogs.com/moambique_para_todos/2017/07/stv-pontos-de-vista-16072017video.html