As Nações Unidas denunciaram a intrusão, a 28 de Agosto último, de militares das Forças Armadas da República Democráticas do Congo (FARDC) na base da Missão Multidimensional Integrada da ONU para a Estabilização na RDC (MONUSCO), em Kananga, na província de Kasai Central (centro-sul), indica um comunicado da ONU.
Citado na nota, o representante especial de António Guterres, Secretário-Geral das Nações Unidas neste país, Maman Sidikou, condena este “muito grave incidente”, na medida em que, frisou, “ocorreu sob o comando directo de um oficial superior”.As Nações Unidas pedem ao Governo da RD Congo para cumprir as suas obrigações tal como previsto no Acordo sobre o Estatuto das Forças entre a ONU e o Governo da RDC (SOFA) bem como noutros acordos aplicáveis.
A nota lembra que as instalações da MONUSCO são invioláveis em virtude deste Acordo, bem como da Convenção sobre os Privilégios e Imunidades das Nações Unidas.
“Pedimos igualmente ao Governo congolês para fazer com que os responsáveis por este incidente respondam pelos seus actos e tomar as medidas necessárias para que isso não se repita”, indicou Sidikou, igualmente chefe da MONUSCO.
Aproveitou igualmente esta oportunidade para lembrar novamente a preocupação da ONU face à restrição do espaço no qual jornalistas podem exercer a sua profissão na RDC.
“A liberdade de informar é um dos pilares da democracia. Os incómodos e as ameaças de que os jornalistas são cada vez mais objecto, ilustram uma restrição do espaço da liberdade de expressão desfavorável ao apaziguamento esperado”, disse Sidikou.
Na segunda-feira passada, um grupo de soldados, sob comando do do general Marcellin Assumani, comandante das Operações na província de Kasai (Central e Ocidental), fez uma irrupção pela base da MONUSCO, alegando perseguirem um jornalista nela refugiado.
Angop – 31.08.2017