O Presidente da República, Filipe Nyusi, disse hoje que os cortes no apoio internacional ao país estão a afectar o Plano Quinquenal do Governo e o crescimento económico, obrigando a uma maior racionalização de recursos.
Moçambique está "a viver um momento em que os seus investimentos estão condicionados às regras monetárias internacionais, o que tem estado a limitar as iniciativas de realização de muitos projectos em carteira no nosso Plano Quinquenal do Governo", afirmou Filipe Nyusi, em Maputo, num discurso por ocasião do almoço de Estado com o seu homólogo sul-africano, Jacob Zuma.
O líder moçambicano declarou que a suspensão do apoio financeiro ao Orçamento de Estado pelos principais doadores limitou o funcionamento da economia do país.
"Os parceiros de cooperação no apoio programático suspenderam a canalização de recursos para o Orçamento do Estado" e "estas adversidades têm estado a servir de oportunidade para aprendermos a racionalizar melhor os parcos recursos disponíveis", enfatizou Filipe Nyusi.
O Presidente moçambicano recordou ainda que o país foi assolado por violência militar, inflação elevada, desvalorização da moeda e baixa de preço das matérias-primas de exportação.
No plano político, o chefe de Estado moçambicano realçou o facto de estar a ser cumprida uma trégua por tempo indeterminado nos confrontos entre as Forças de Defesa e Segurança (FDS) moçambicanas e o braço armado da Resistência Nacional Moçambicana (Renamo), principal partido de oposição.
"Os nossos esforços de diálogo político permitiram a cessação de hostilidades militares localizadas e achamos que desta forma estamos a construir a confiança e a dar passos seguros para o alcance de uma paz efetiva e duradoura em Moçambique", acrescentou Filipe Nyusi.
O grupo dos principais países e entidades doadores do Orçamento do Estado moçambicano e as instituições financeiras internacionais suspenderam o seu apoio na sequência da descoberta, em abril de 2016, de dívidas avalizadas secretamente com garantias do Estado entre 2013 e 2014.
Os doadores condicionaram o reatamento da sua ajuda à realização de uma auditoria internacional.
Um sumário do relatório da auditoria foi divulgado em junho, mas os doadores entendem que devem ser supridas lacunas de informação constantes do documento.
Lusa – 25.08.2017