Havia sido raptado em Maio de 2016
Os oficiais militares do Governo e da Renamo que fazem parte do Grupo de Verificação e Monitoria da Cessação das Hostilidades Militares na região centro e norte do país, esteve na passada quarta-feira, no distrito de Marínguè, na província de Sofala, no cumprimento da sua missão e foram notificados pelos familiares de um dos membros da Renamo que foi assassinado pelas forças militares do Governo no dia 29 de Maio de 2016, depois de ter sido raptado na região de Piro.
A vítima chamava-se Salmo Tomé Joaquim e era membro da Assembleia Provincial de Sofala pelo círculo eleitoral de Marínguè em representação da Renamo e era também chefe distrital da Mobilização deste partido.
Tinha sido raptado em 2016, quando ia de Marínguè para a cidade da Beira, onde iria participar numa sessão da Assembleia Provincial.
O delegado distrital da Renamo em Marínguè, António Campira, disse ao “Canalmoz” que Salmo Tomé Joaquim, na qualidade de membro da Renamo, temendo dos actos macabros dos esquadrões da morte da Frelimo, havia-se refugiado na cidade da Beira.
Segundo António Campira, tendo em vista que estava prestes a iniciar-se a sessão da Assembleia Provincial e porque o pagamento de subsídios aos membros durante a sessão depende da apresentação de uma guia de marcha do ponto de proveniência, Salmo Tomé Joaquim deslocou-se a Marínguè, a fim de ir buscar a sua guia.
Aconteceu que, tendo apanhado um “chapa”, para regressar à Beira, o “minibus” viria a ser bloqueado na região de Piro por um carro da PRM em que vinham a bordo elementos fardados com o uniforme da Unidade de Intervenção Rápida, da Forças Armadas de Moçambique e da Brigada Anticrime, que mandaram descer todos os passageiros, alegando que tinham ordens para levar Salmo Tomé Joaquim.
Seguidamente, depois de ele descer, amarraram-no e começaram a bater-lhe, tendo posteriormente sido dado como desaparecido.
Graças a denúncias de cidadãos que presenciaram o cenário, o corpo foi encontrado enterrado próximo de uma unidade das forças governamentais na região de Kigweche, próximo da montanha Kungwe, mas tanto os familiares como os membros da Renamo tiveram medo de se deslocarem no local por temerem represálias.
Mas na quinta-feira, o pai, a mãe, o irmão mais novo da vítima e um membro da Comissão Política da Renamo em Marínguè dirigiram-se ao local que lhes havia sido indicado pelos cidadãos que fizeram a denúncia, tendo achado um crachá da Assembleia Provincial com o nome de Salmo Tomé Joaquim.
Para hoje, a Renamo diz que vai notificar sobre o caso. (Bernardo Álvaro)
CANALMOZ – 21.08.2017
NOTA: Será que a PGR já tomou nota do caso?
Fernando Gil
MACUA DE MOÇAMBIQUE
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