A Administração do Parque Nacional do Zinave, no distrito de Mabote, província de Inhambane, diz que está satisfeita com o crescimento da população animal naquele Parque, especialmente com o regresso da girafa.
Na semana passada, no momento da chegada de 71 búfalos e pivas provenientes do Parque Nacional da Gorongosa e de Marromeu, no âmbito do processo de repovoamento animal, António Abacar, administrador do Parque Nacional do Zinave, disse ao CANALMOZ que espécies que praticamente tinham desaparecido do Parque estão a voltar.
“Isto é quase o renascimento do Zinave, um sinal bom, aquelas espécies que normalmente ocorreram nos anos sessenta, setenta e agora estão a voltar. E o mais engraçado é que nós temos também a girafa, que tinha de dissaparecido”, disse António Abacar.
Também está prevista a vinda de elefantes, provenientes do Kruger Park, e de zebras e bois-cavalos.
António Abacar disse que o Parque do Zinave tem a girafa, o boi-cavalo, a zebra, a nhala, o cudo, a impala, o porco-bravo e o facoceiro.
Actualmente, o parque tem 340 pivas, provenientes da Gorongosa, de um total de 400 previstos, e são esperados 100 changos, também provenientes da Gorongosa.
Questionado sobre a quantidade de animais, António Abacar disse que as autoridades deverão realizar um censo para a contagem da população animal do Parque. O último censo animal foi realizado em 2012, e por isso os dados estão ultrapassados.
António Abacar disse também que, depois de se completar o repovoamento, vai realizar-
-se o censo da população animal.
O Parque Nacional do Zinave tem actualmente 54 funcionários, dos quais 34 são fiscais.
“Mas temos um problema. Dentro destes trinta e quatro fiscais, temos fiscais com idade muito avançada e estamos praticamente a integrar essas pessoas noutras actividades”, disse António Abacar.
Neste momento, com o apoio de uma equipa de militares sul-africanos, decorre a formação de um pelotão de novos fiscais, para substituírem os fiscais com idade avançada.
Segundo as autoridades, o grande objectivo, neste momento de repovoamento animal, é garantir a protecção e segurança dos animais, por isso é necessário reforçar a equipa de fiscalização.
Um problema existente é a ocorrência de corte ilegal da madeira na zona-tampão do Parque, embora algum trabalho tenha resultado em algumas apreensões, nomeadamente de camiões e tractores de madeireiros e de grande número de toros de madeira, tendo sido aplicadas multas.
Segundo as autoridades, a situação tende a abrandar desde Maio deste ano, graças à integração das autoridades comunitárias e da Polícia no trabalho de sensibilização e de recolha de armas em mãos alheias.
Fracos resultados no turismo
“Sobre o turismo, devo dizer que estamos muito atrás, por causa da localização e do problema das vias de acesso. Mesmo os animais que estamos a repor aqui normalmente percorrem 48 ou 72 horas desde o local de captura ao local de descarregamento”, disse António Abacar, que considera que o turismo pode vir depois da melhoria do produto e das vias de acesso, que permitam que os turistas, quando chegarem, fiquem dois dias a observar os animais e a Natureza.
Segundo disse António Abacar, neste momento decorre um trabalho de identificação de áreas onde podem ser construídos acampamentos turísticos, um projecto em que as autoridades têm a participação do sector privado, que é considerado a ponte entre o Parque e o mercado. (Bernardo Álvaro)
CANALMOZ – 26.09.2017