A biblioteca distrital da Ilha de Moçambique, uma das mais antigas da província de Nampula, encontra-se, neste momento, sem condições para satisfazer os respectivos utentes, principalmente estudantes do ensino secundário e superior, em virtude da falta de livros de vários géneros literários, problema que se arrasta há bastante tempo.
“Aqui temos poucos livros. Por exemplo, os alunos da 8ª e 11ª classe que frequentam esta biblioteca não encontram os livros que procuram. Temos muitas prateleiras vazias e o recheio é muito escasso e pouco diversificado, pese embora o empenho dos gestores da biblioteca em aumentar os títulos e satisfazer à procura”- explicou a bibliotecária Alima Álvaro.
De acordo com a fonte, aquela biblioteca há muito que espera receber livros provenientes de doações e já requisitados de outras instituições.
A insuficiência de livros naquela biblioteca faz-se sentir sobremaneira numa altura em que na cidade da Ilha de Moçambique acaba de ser aberta a Faculdade de Ciências Sociais e Humanas, da Universidade Lúrio (UniLurio).
Nesta primeira fase, a FCSH iniciou as suas actividades com um curso de Turismo e Hotelaria e outro de Desenvolvimento e Relações Internacionais, em parceria com a Universidade de Nova Lisboa e Escola Superior de Hotelaria e Turismo de Estoril, ambas de Portugal.
Outro constrangimento que ocorre na biblioteca distrital da Ilha de Moçambique tem a ver com o facto dos manuais existentes serem, na sua maioria, de conteúdos internacionais, doados por visitantes daquele espaço importante, provenientes de outros quadrantes do mundo, para os interessados eventualmente em enriquecer a sua cultura em diversos domínios.
Entretanto, alguns estudantes daquela ilha, dizem estar preocupados com a falta de livros na biblioteca, porquanto a situação faz com que os acervos de livros estejam desactualizados e insuficientes em relação ao número de utentes, calculado em média mensal, em pouco mais de 600.
“A biblioteca, cujo número médio mensal de utentes cifra-se em pouco mais de seis centenas, está, de facto, muito pobre em termos de leitura e, consequentemente, não incentiva ao hábito de leitura. Com efeito, uma biblioteca situada numa ilha considerada património da humanidade como esta, é indispensável que tenha um acervo diversificado e actualizado de livros para que os respectivos utentes ampliem seu universo de leitura”, observou Ramalho dos Santos Domingos António, estudante da escola secundária da Ilha de Moçambique.
WAMPHULA FAX – 27.09.2017