Liam Fox manifestou interesse do governo britânico em apoiar Moçambique nas investigações sobre contornos das chamadas dívidas ocultas
O governo britânico manifestou disponibilidade para apoiar Moçambique nas investigações sobre os contornos das chamadas dívidas ocultas, no valor de dois biliões de dólares, contraídas entre 2013 e 2014, à revelia do parlamento.
A disponibilidade foi manifestada, última quarta-feira, pelo secretário britânico do comércio internacional, Liam Fox, no final da sua visita a Moçambique. “Se nos pedirem ajuda, estaremos sempre disponíveis”, disse Fox.
Aquele dirigente destacou a importância da transparência governativa, a todos os níveis, e disse ser esta forma de ser e de estar que deve prevalecer em qualquer governo. “Acreditamos nos mais altos níveis de probidade em todos estes assuntos e, como disse ao Presidente da República, estamos prontos para ajudar no que pudermos”, acrescentou, em declarações à Lusa.
As polémicas dívidas ocultas são a principal razão do corte das relações económicas entre o governo e os credores internacionais. Apesar de o país ter cedido na exigência de uma auditoria forense às dívidas, a situação ainda está longe de se normalizar.
Refira-se que do rastreio realizado pela empresa de auditoria Kroll, prevaleceram muitas zonas de penumbra, cujo esclarecimento é agora o nó de estrangulamento da cooperação com os credores.
No contacto com a “Lusa”, Liam Fox referiu que a questão da dívida oculta não tem impacto nas relações comerciais com o Reino Unido, mas sublinhou que o país gosta de clareza.
“A dívida não tem impacto, mas queremos ver transparência. É bom que o Governo queira estar a par de todos os dados e queira descobrir exactamente toda a informação”, uma vez que isso “é uma parte essencial para alicerçar a confiança da comunidade internacional”, acrescentou.
Para Liam Fox, o executivo moçambicano “tem que mostrar e está a mostrar vontade de descobrir e partilhar a verdade. Isso é essencial” para os investidores estrangeiros “terem confiança”, concluiu.
O PAÍS – 22.09.2017
NOTA: Só se não sabe o que a Frelimo (governo) intencionalmente esconde. O resto é conversa barata.
Fernando Gil
MACUA DE MOÇAMBIQUE