Competitividade Global
- Dívidas ocultas na lista das principais causas de uma queda que está a frustrar o sector privado, particularmente pela letargia do governo na busca de soluções
Moçambique caiu três lugares no ranking de competitividade global, tendo saído da 133ª posição em 2016, para a 136ª posição no presente ano, 2017, num ranking total de 137 países, segundo atesta o relatório da Word Economic Forum (Fórum Económico Mundial) divulgado esta semana. Assim, da lista global, Moçambique é nada mais e nada menos que o penúltimo posicionado na lista dos 137 países avaliados. No relatório da competitividade global destacam-se elementos que influenciam decisivamente para a competitividade de um país, com destaque para as consideradas condições básicas, nomeadamente a questão do funcionamento efectivo das instituições, infra-estruturas, macroeconomia, saúde e educação primária. No concreto, os catastróficos indicadores macroeconómicos são influenciados negativamente pelas dívidas ocultas, que levaram os doadores a cortar o financiamento ao Orçamento do Estado, assim como pela desvalorização da moeda nacional em relação ao dólar norte-americano, entre outros factores.
A título de exemplo, neste indicador (macroeconómico), o país chegou a ocupar a posição 98 em 2014, tendo caído para 136 no presente ano, portanto, uma queda de 39 lugares. Falando em conferência de imprensa, esta quinta-feira, o presidente do pelouro de política fiscal, aduaneira e comércio interno na Confederação das Associações Económicas de Moçambique (CTA), Kekobad Patel, lamentou a posição de Moçambique neste ranking e disse que a CTA está bastante frustrada com esta descida. É que, segundo Patel, esforços têm estado a ser feitos pelo sector privado para a renovação e criação de um ambiente de negócio efectivo e que orgulhe o país, mas não existe uma reacção rápida, de quem de direito, nesta preocupação da CTA. “O que agravou a queda drástica do país no ranking é o ambiente macroeconómico.
Somos os últimos na tabela, não havia coisa pior que podia nos acontecer”, lamentou Patel, em torno da posição de Moçambique no presente relatório do Fórum Económico Mundial. Chamou, adiante, a necessidade urgente de reverter a situação, tendo em conta a situação do país. “Para podermos competir só é possível se melhorarmos drasticamente o nosso ambiente de negócios, (…) e esse ambiente de negócios tem várias áreas que precisam de ser melhoradas, não só sob ponto de vista da legislação, até porque somos bons em produzir boa legislação, mas somos péssimos em fazer a implementação e é aqui onde há atrasos”, lamentou a fonte. Declarou que no ambiente macroeconómico, da classificação 98 em 2014, o país caiu para a posição 136, portanto perdeu 39 lugares. “Tudo deriva daquilo que todos estamos a viver (…) não há como esconder a situação, para reverter esta posição será necessário muito trabalho, acima de tudo, muito foco naquilo que se deve fazer para conseguirmos melhorar esta nossa posição”, apelou o economista.
Patel lamentou ainda o facto de o empresariado nacional, representado pela CTA, estar a lutar pela criação de um melhor ambiente de negócio, mas que no entender deste organismo empresarial, no lugar de se acelerar as reformas para dar lugar ao bom ambiente de negócios, as reacções, de quem de direito, elas são implementadas de forma demasiadamente lenta. (Benedito Luís)
MEDIA FAX – 29.09.2017
NOTA: Mais um bom indicador da governação Frelimo que deveria ser destacado ao seus congressistas. E a promessa de que, para o ano, Moçambique estará em último lugar.
Fernando Gil
MACUA DE MOÇAMBIQUE