rancor do pobre
A empresa internacional de auditoria e consultoria KPMG está em apuros na África do Sul. Sete dos seus chefes, incluindo o PCA, foram removidos dos seus postos na sequência da descoberta de falcatruas num relatório fabricado a pedido da South Africa Revenue Services (SARS), publicado em 2015.
A chefia da SARS usou as recomendações do relatório da KPMG para expurgar funcionários seniores suspeitos de envolvimento numa unidade secreta criada para investigar a fuga ao fisco.
A unidade foi criada durante o consulado de Pravin Gordhan como comissário ou presidente da SARS, há 10 anos, e depois foi ministro das Finanças no primeiro mandato de Jacob Zuma.
No segundo mandato, Gordhan foi ministro do Governo Local e depois voltou ao Ministério das Finanças na sequncia da reacção negativa do sector privado contra o delfim de Jacob Zuma, David van Rooyen, que ficou apenas 48 horas com as chaves do cofre da mola do Estado mais industrializado de África.
Os detractores de Gordhan com o Presidente Jacob Zuma àcabeça, usaram os findings – constatações ou descobertas da KPMG para tentarem processar judicialmente Pravin Gordan.
A tentativa fracassou, mas os seus autores não desistiram.
Insistiram que a unidade criada por Gordhan há 10 anos era ilegal e o Presidente usou o seu poder constitucional para tirar Gordhan do pelouro das Finanças alegando que um relatório dos serviços secretos dizia que o ministro e o seu vice estavam alegadamente envolvidos numa campanha internacional contra o seu próprio governo.
Na semana passada, a KPMG retirou e anulou o seu relatório encomendado pela SARS, que falava sobre a tal unidade ilegal criada por Gordhan, indicando que terá sido um trabalho sem qualidade e com motivação política com ingredientes da família magnata indiana Gupta.
A KPMG vai devolver voluntariamente 28 milhões de randes que recebeu da SARS pela produção do relatório e outros 14 milhões de randes de taxas vão ser doados a organizações de caridade sem fins lucrativos.
A máscara de negociatas caiu depois de prejudicar muitos pobres, porque o barulho em torno do afastamento de Pravin Gordhan provocou a queda do rande e aumento de preços de produtos de consumo no mercado.
Em Moçambique, a máscara das negociatas do governo do filho mais querido do maravilhoso povo caiu com a descoberta de dois mil milhões de dólares norte-americanos de dívida não declarada ao parlamento. Os pobres são as vítimas.
THANGANI WA TIYAN
Cm – 20.09.2017