As duas figuras de proa da oposição congolesa, Félix Tshisekedi e Moise katumbi, solicitaram Terça-feira, em Nova Iorque, "uma transição" sem o presidente Joseph Kabila, para preparar as eleições na República Democrática do Congo, noticiou a AFP.
Os dois opositores co-assinaram, na Segunda-feira, um comunicado datado de Nova Iorque, onde as Nações Unidas realizaram Terça-feira uma reunião sobre a crise na RDC ligada à manutenção no poder do presidente Kabila, cujo segundo mandato terminou a 20 de Dezembro de 2016. A Constituição veta-lhe a possibilidade de voltar a candidatar-se para um novo mandato.
No seu comunicado, Tshisekedi e Katumbi imputam a responsabilidade à Kabila pelo "não respeito da Constituição e do acordo de 31 de Dezembro 2016", que prevê as eleições até Dezembro de 2017.
"Para prevenir o vazio jurídico e o caos na perspectiva da não realização das eleições de 31 de Dezembro de 2017, o mais tardar, (nós) exigimos uma transição sem Kabila, que tornou-se ilegal e ilegítimo", escrevem os dois líderes do Rassemblement da oposição.
Essa transição será "conduzida por personalidades eminentes consensuais encarregadas de preparar as eleições democráticas, livres, transparentes e passíveis que não sejam possíveis, nem com Kabila nem com a comissão eleitoral (Ceni), na sua actual configuração, acrescentam no seu comunicado.
Todavia, os dois signatários rejeitam "todo projecto de referendo constitucional" que modificaria à Constituição sobre a questão do número e da duração do mandato do presidente da República. O comunicado foi também assinado pelos animadores da sociedade civil e dos movimentos de cidadania.
Angop – 21.09.2017