O GOVERNO distrital de Balama diz que o desvio de água da barragem de Chipembe, para abastecer a fábrica de processamento de grafite, a ser explorado pela empresa Sirah, naquilo que é considerada como uma das maiores reservas daquele minério, à escala mundial, não vai afectar as necessidades de consumo das comunidades locais, no âmbito de consumo doméstico e produção de comida.
A garantia foi dada pela administradora distrital de Balama, Eusébia Maria Celestino, que, segundo suas palavras, a barragem de Chipembe tem a capacidade de retenção de cerca de 25 milhões de metros cúbicos de água, contra 2 milhões de metros cúbicos alegadamente necessária para a laboração da grafite de Balama.
“Será uma quantidade insignificante para aquilo que pode ser a capacidade de consumo da fábrica de processamento de grafite”, assegurou Maria Celestino.
Defendeu que nos últimos anos a capacidade de retenção de água naquela infra-estrutura, construída pelo Governo na década de 1980, estava a reduzir devido à danificação da comporta, uma situação que está a ser corrigida com a reabilitação da infra-estrutura.
“Por isso estamos a dizer que não há razões de alarme, o encaixe da água das chuvas vai acontecer naturalmente, como sempre foi. Não teremos o problema de perda de água porque a comporta está a ser reabilitada. É por esta razão que estamos a dizer que os cerca de 2 milhões de metros cúbicos podem ser usados para outros fins, neste caso para a fábrica. É uma questão de aproveitamento do recurso”, explicou Maria Celestino.
O desvio da água da barragem de Chipembe para a fábrica de processamento da grafite tem sido alvo de críticas por parte de alguns ambientalistas e membros da sociedade civil, que consideram a ideia um atentado ao ambiente, pois acham que poderá levar ao esgotamento daquele recurso na barragem.
Segundo argumentam, a infra-estrutura foi erguida para irrigar campos agrícolas, no âmbito da produção de cereais, com destaque para o arroz, no âmbito dos esforços do Governo para a criação de auto-suficiência das populações, no que tange à disponibilidade de comida para as populações.
A mesma preocupação foi recentemente partilhada pela Assembleia Provincial, através do respectivo presidente, José Matias Mugala, que na qualidade de entidade fiscalizadora da acção governativa, promete seguir atentamente o evoluir da situação.
Entretanto, segundo a administradora distrital de Balama, mercê da reabilitação do regadio, foi reactivado o uso daquela infra-estrutura pelo sector privado.
Neste momento, uma empresa denominada DD, que opera com fundos financeiros da Sirah, esta a lavrar uma área de 80 hectares para produção de cereais como milho e arroz.
“Isso para dizer aos críticos que estamos a trabalhar com vista a reactivar o regadio. Os que pensam que a canalização de água através de uma tubagem para a fábrica irá matar o regadio estão enganados. Não estamos a fazer coisas sem observância dos aspectos técnicos. Neste trabalho todo, importa referir que se abrem oportunidades de emprego para muita gente”, concluiu a administradora.
De acordo ainda com a administradora, o regadio tem uma área de mais de 200 hectares e a empresa DD vai numa primeira fase, trabalhar apenas em 80 hectares.
NOTÍCIAS – 28.10.2017