Prestação de serviços e fornecimento de bens
Em mais uma tentativa de pressionar o governo moçambicano a pagar as dívidas que o Estado acumulou ao longo dos últimos anos, a Confederação das Associações Económicas de Moçambique (CTA) chamou, esta terça-feira, a imprensa para, publicamente, reiterar a preocupação com a falta ou lentidão de pagamento de valores que o Estado deve pagar ao sector privado. No concreto, são 29 mil milhões de Meticais (cerca de 475 milhões) que o Estado está a dever ao empresariado que opera em Moçambique, realidade que está, em larga medida, a afectar negativamente o funcionamento das empresas. O valor em causa representa o somatório das dívidas resultantes do fornecimento de bens e serviços ao Estado desde o ano 2014. Eduardo Sengo, director executivo e porta-voz da CTA, falando esta terça-feira a jornalistas, disse que a falta e demora do pagamento dos valores está a agudizar as dificuldades de funcionamento das empresas, numa altura que estas procuram sair da difícil situação económica.
“Ė um valor que preocupa porque temos contas, despesas e investimentos a fazer. O estranho é que o próprio Estado vem-nos cobrar impostos sabendo que o dinheiro está com ele” – disse Sengo, deplorando a atitude do governo, face à acumulação de dívidas para com o sector privado, numa altura que esse mesmo governo anda de empresa em empresa a exigir o pagamento de impostos.
De acordo com Sengo, são cerca de duas mil empresas espalhadas um pouco por todo o país que, em algum momento, chegam mesmo a ver-se na contingência de encerrar as suas unidades empresariais porque nada podem fazer sem dinheiro no caixa, dinheiro esse que está nas mãos do Estado.
No ano passado, recordou Sengo, o governo, através do Ministério da Economia e Finanças, havia assegurado fazer esforços para a redução da dívida, mas a palavra do ministro Adriano Maleiane não passou de simples promessa e intenção.
“O ministro da Economia e Finanças prometeu que, ainda este ano, vai se iniciar pagamento. Para este ano prometeu pagar 17 por cento do valor, 50 porcento próximo ano e o restante noutro ano” – recordou Sengo, fazendo votos e reiterando o apelo para que a promessa seja flexibilizada, pois, situação contrária, as empresas apresentam largos riscos de convulsões e encerramento. (Ed. Conzo)
MEDIA FAX – 25.10.2017
NOTA: Naturalmente que a dívida continua a aumentar. Não vale a pena disfarçar: O Estado está falido.
Fernando Gil
MACUA DE MOÇAMBIQUE