A consultora britânica Euromonitor considera que a insegurança, a criminalidade e o elevado nível de doenças em Moçambique são os principais factores que impedem um crescimento mais rápido do turismo, perdendo, por isso, para os vizinhos da região.
"Apesar do potencial do país, as viagens em Moçambique ainda são muito subdesenvolvidas e há várias desvantagens que afectam o país, fazendo com que muitos turistas escolham países concorrentes como a África do Sul, o Zimbabué, Madagáscar ou a Tanzânia", escrevem os peritos desta consultora britânica, numa análise ao sector da aviação, viagens e turismo em Moçambique.
No documento, a que a Lusa teve acesso, a Euromonitor aponta "a insegurança, a criminalidade, e um elevado nível de doenças", salientando ainda que "há problemas centrais como as infraestruturas e os serviços subdesenvolvidos", que são "uma barreira ao desenvolvimento do mercado".
Para os analistas desta consultora britânica, o mercado moçambicano de viagens e turismo "tem sido capaz de registar um desempenho geralmente positivo" porque apostou na diversificação dos produtos, que incluem o turismo cultural, os safaris as actividades de caça.
A isto juntam-se "as oportunidades empresariais nas áreas da construção, minas e exploração dos recursos naturais, nomeadamente no gás".
O futuro, concluem, "é marcado pela dicotomia entre optimismo e incerteza", que resulta das dificuldades estruturais do país, por um lado, e pelo potencial do país, por outro.
"O potencial da indústria de viagens e turismo é inegável e as viagens de lazer, assim como de negócios, deverão apresentar resultados optimistas nos próximos anos, com os investimentos do Governo e dos privados a alimentarem o mercado", escrevem os analistas.
No entanto, avisam, "apesar da perspectiva de evolução positiva, Moçambique ainda sofre de uma forte volatilidade social, política e militar e é possível que isto gere um clima de incerteza nas viagens e turismo, que pode minar as previsões positivas".
Lusa – 22.10.2017