O administrador do Parque Nacional da Gorongosa, Mateus Muthemba, considera que a caça furtiva naquela reserva está a atingir níveis preocupantes,
Nos últimos tempos, os leões têm sido as principais vítimas das armadilhas dos caçadores.
Mateus Muthemba diz que, só neste ano, foram apreendidas 240 armadilhas mecânicas, 35 armas de fogo e 9000 armadilhas de cabo de aço, usadas para capturar diversos animais que circulam em regiões consideradas estratégicas pelos caçadores furtivos.
Alguns animais sãos encontrados mortos, outros com pernas amputadas ou doentes, devido à perda de sangue durante o tempo em que se encontravam presos nas armadilhas.
No ano passado, foram presos cerca de 250 caçadores furtivos, que se dedicavam à caça furtiva e também a uma actividade ilegal que tende a crescer no parque que é a pesca furtiva, realizada em dimensões comerciais.
Está em curso um plano de fiscalização do Parque, que consiste no patrulhamento através de fiscais formados, e prevê-se a introdução duma embarcação para defender as zonas de rios e lago.
Mateus Muthemba diz também que já existe uma contribuição financeira substancial feita para a área de combate à caça furtiva, mas ainda é insuficiente para garantir que o Parque esteja efectivamente protegido.
Apesar de existirem cerca de 120 homens que protegem aquele espaço, há necessidade de se reforçar a capacidade de formação destes e também os equipamentos que usam, para que possam ter uma maior aptidão e a diversificação de métodos e técnicas.
Foram também encontrados cerca de três mil laços usados para caçar animais. “Preocupa-nos que haja uma indústria de fabrico destes artefactos e que está a prosperar nas imediações do Parque Nacional da Gorongosa. Sempre que há uma apreensão, tentamos identificar a origem destas armas, mesmo assim o seu fabrico continua”, disse Mateus Muthemba. (José Jeco)
CANALMOZ – 16.10.2017