Três meses de prisão, entretanto suspensa
- O acusado disse em tribunal que o seu baixo nível de escolaridade não lhe permitiu descortinar o limite das suas competências como presidente interino
O Presidente Interino do Conselho Municipal da Cidade de Nampula, Manuel Tocova, pediu desculpas ao juiz da 1ª secção criminal do Tribunal Judicial da Cidade de Nampula, João Peixoto, por, segundo suas próprias palavras, ter infringido a lei ao nomear e empossar 17 vereadores e chefes de postos administrativos e ainda um Presidente do Conselho de Administração de uma empresa municipal.
Entretanto, o pedido de desculpas de Tocova, acusado de desobediência pela Procuradoria Provincial de Nampula no caso da nomeação e empossamento de dirigentes municipais não foi suficiente para dissuadir o juiz João Peixoto que, no final da sessão de julgamento que durou cerca de duas horas, decidiu condenar Manuel Tocova a três meses de prisão, uma pena entretanto suspensa.
Para o juiz, ficou provado, durante a sessão de julgamento, que Manuel Tocova cometeu o crime de desobediência, mas por ser réu primário e ter mostrado arrependimento, os três meses de prisão eram suspensos.
Na sua justificação, Manuel Tocova disse que o seu nível de instrução não lhe permitiu descortinar as reais atribuições de um presidente interino e um presidente efectivamente eleito, assim como as atribuições e competências da procuradoria.
Na lista dos nomeados e empossados por Manuel Tocova, recorde-se, estão figuras que tinham sido destituídas por Mahamudo Amurane, assassinado em circunstâncias ainda por esclarecer.
Aliás, dentre os empossados, constam os nomes de António José Gonçalves, quadro do Conselho Nacional do MDM, próximo a Daviz Simango, Eugénio de Fátima, Gilberto Aissa, entre outros, que tinham sido destituídos por Mahamudo Amurane.
O edil interino, em contacto recente com o mediaFAX, tinha jurado que não se deixava intimidar com as incursões da Procuradoria Provincial, daí que iria continuar a trabalhar no sentido de rearrumar a casa, mas conselhos dos seus advogados fizeram com que voltasse atrás para, pelo menos, se desculpar ao juiz da causa.
O advogado de defesa de Manuel Tocova pediu ao Tribunal, a necessidade de suspender o julgamento sob justificação de o seu constituinte ter confessado, em sala do tribunal, ter baixo nível de escolaridade que não o permitiu distinguir as competências da procuradoria.
Manuel Tocova também foi constituído arguido no caso do assassinato de Mahamudo Amurane. À saída da sessão de julgamento, Tocova não quis falar com os jornalistas. (Júlio Paulino e redacção)
MEDIA FAX – 31.10.2017
NOTA: Sendo Tocova individuo de “baixa escolaridade” que levou o MDM a colocá-lo em posição desta exigência intelectual e profissional, mesmo como Presidente da Assembleia Municipal? Não haveriam outros mais capazes?
Fernando Gil
MACUA DE MOÇAMBIQUE