Na vila municipal de Malema
Na sequência da reivindicação popular, de restituição à liberdade de 40 indivíduos que se encontram detidos, desde passado sábado nas celas da Policia, na vila municipal de Malema,em conexão com o espancamento do chefe da localidade de Murralelo, ao qual atribuíam, alegadamente, a promoção do fenómeno chupa-sangue. E, no domingo, em consequência dos disparos efectuados com armas de fogo por elementos da polícia, com a intenção de dispersar os insurrectos, uma pessoa perdeu a vida e outras três contraíram ferimentos graves.
De acordo com Saíde Amade, secretário permanente distrital em Malema, o funcionamento das instituições públicas e o comércio na vila esteve encerrado entre as nove e onze horas de ontem. Concretamente, a sua reabertura apenas se verificou depois dos agentes da PRM terem a multidão de cerca de cem pessoas que se haviam deslocado a pé de Murralelo, 35 quilómetros de Malema para exigir a soltura dos 40 concidadãos que estavam a ser ouvidos na procuradoria distrital em consequência da sua suposta autoria da agitação que culminou com o espancamento de Joaquim da Silva, chefe daquela localidade.
Acusado de ser o promotor do fenómeno “chupa-sangue”, Joaquim Silva encontra-se internado na unidade de cuidados intensivos do hospital central de Nampula, para onde foi evacuado na tarde do último sábado, com ferimentos graves contraídos em resultado dos contundentes golpes que lhe foram desferidos pela enfurecida multidão da comunidade de Murralelo, quando se encontrava na sua residência oficial.
Saide Amade disse que redundaram absolutamente infrutíferos os apelos dos agentes da lei e ordem para persuadir àquela multidão no sentido de se dispersar e fazer a exigência ante o recurso à lei. Entretanto, os disparos da polícia para dispersar a turbulência, acabariam por alvejar, acidentalmente, dois dos manifestantes, um dos quais mortalmente e outro com ferimentos graves, que foi socorrido para o HCN, onde se encontra internado.
A fonte referiu que o interrogatório por parte da procuradoria de Malema vai continuar e os implicados na reivindicação ilegal serão conduzidos à barra do tribunal para responder pelos seus actos irresponsáveis porquanto “o chupa-sangue” é mera invenção dos interessados em perturbar a ordem e tranquilidade públicas e retardar a recuperação económica do distrito e do país em geral.
Na sequência da violenta agressão cometida sobre o chefe da localidade de Murralelo, a PRM fez 54 detenções dos indivíduos considerados cabecilhas, mas no primeiro interrogatório para apuramento dos verdadeiros culpados, 14 foram restituídos à liberdade por insuficiência de provas, segundo o SP de Malema.
WAMPHULA FAX – 25.10.2017