Centelha por Viriato Caetano Dias ([email protected] )
A nossa força coletiva nas redes sociais é imensa — e, se às vezes gastamos essa força em discussões interessantes ou a avaliar a qualidade dos trocadilhos dos outros, há dias em que atropelamos gente inocente. É o equivalente virtual daqueles casos em que pessoas morrem debaixo dos pés duma multidão em fúria: há mesmo quem fique ferido debaixo dos nossos cliques. Marco Neves, in: O trocadilho de Sócrates e o fogo no Facebook.
Se por um lado as redes sociais tornaram-se lubrificantes da correia giratória deste mundo em crescente globalização, por outro, constituem uma das mais poderosas de todas as armas de destruição maciça existentes. Os “terroristas” preferem usar as redes sociais, em detrimento de outros meios, devido à facilidade de acesso e o baixo custo, e não só! A facilidade de actuarem “sem rosto” (identidade própria).
Infelizmente, os nossos “críticos de plantão” (que pipocam e pululam nos tradicionais meios de comunicação social e nas redes sociais em particular) seguem a mesma trilha. Num clique do rato ou do teclado, esses “encapuzados de analistas”, espalham o terror e o descrédito institucional. O crescimento e propagação das chamas, nos exemplos citados, são instantâneos e atingem, asinha, milhões de pessoas em todo o mundo.
Os nossos “críticos de plantão” são, a meu ver, inimigos número um da Frelimo (partido que “pilota” com perícia esta “nau” chamada Moçambique). As críticas que fazem, que não primam pelo espírito de imparcialidade e de justiça, podem minar os esforços de desenvolvimento do país. Afinal que são esses “críticos de plantão”?
Gente que aparentemente fala a “nossa linguagem” (a linguagem da nossa moçambicanidade) e partilha connosco a hóstia da paz. Fingem que são apologistas deste Moçambique Uno e Indivisível, mas na verdade praticam actividades subversivas, colocando nas redes sociais o produto da invenção, visando a desinformação do povo. O presidente Samora Machel apelidou-os de “escórias do inimigo”, gente que, servindo-se por mesquinhos interesses individuais, procura, a todo o custo dividir o povo moçambicano, para operar a sua destruição.
Dobram os punhos, cantam connosco as nossas canções revolucionárias e aprovam os nossos programas de desenvolvimento, mas o coração destila puro ódio. Nunca apreciaram as nossas conquistas, as conquistas da nossa independência. Alguns inclusive beijam a mão do presidente da República, Filipe Nyusi, e vestem as cores da nossa bandeira nacional. Mostram adulações com o intuito de gracejar simpatias das nossas lideranças. São as famosas “minas retardadas”, para recordar outra expressão do saudoso presidente Samora.
Ao conviver connosco o objectivo é concreto: espiar as nossas acções e fabricar informações – sem nenhum condimento de verdade – para alimentar as famintas redes sociais. Uma verdadeira política de terra queimada. É assim que surgem, estranhamente, os boatos sobre o “chupa-sangue”, os esquadrões da morte, o “famigerado” grupo de malfeitor “G20”, etc., etc., etc.
Um breve momento de instabilidade na Mocímboa da Praia, causado por marginais e fanáticos, foi noticiado em todo o mundo com pompa e circunstância: “Moçambique foi invadido por terroristas e fundamentalistas de Al-Shabaab.” A campanha brutal de desacreditação da capacidade de resposta do Estado moçambicano falhou redondamente. A nossa resposta foi e será sempre enérgica.
Infelizmente, as redes sociais nem sempre constituem palcos de manifestação de justiça, quando a justiça exige, faz-se o contrário: ridiculariza-se a verdade e o mal solidariza-se com o ruim. O mal é, por si só, um condimento presente nas redes sociais.
Perante o exposto, é fundamental que o governo reflicta rapidamente sobre o uso abusivo das redes sociais no país. Não é apenas a privacidade e a integridade das pessoas que são violadas, como também a segurança do Estado.
Zicomo e um abraço nhúngue ao amigo Xavito Xa Valoi (Lénine).
NOTA 1: Há vezes em que a resposta atrasa como a lentidão de uma calvície em cabeças para tal vocacionadas, embora em todos os quadrantes haja pessoas que tenham no seu bilhete de identidade apenas idade, não maturidade. Nesta característica a Humanidade é igual. Um dos “defeitos” do boxe dos Jogos Olímpicos reside na possibilidade de pôr em luta, no mesmo ringue, pessoas de idades diferentes, já que o diapasão é o peso. Este intróito vem a propósito do apetite aguçado do senhor Zeca Caliate em querer enfrentar-me. Mas a formiga, embora pequena e menos pesada, tem algumas vantagens quando as circunstâncias a colocarem a enfrentar um elefante. Um homem de bom agoiro deve estranhar quando as suas ofensas não recebem nenhuma resposta. Quando lançares demasiados socos a um homem, sobretudo o baixinho, e ele permanecer impávido e sereno, sem retribuir, a melhor opção é fugir, porque o silêncio pode significar um processo de mobilização da raiva necessária para uma resposta adequada. Não só. Há um ditado shona que desaconselha os aplausos ao cego dançarino, porque, por ser desprovido de vista, pode animar-se demasiadamente, continuando a dançar, chegando ao extremo de cair na fogueira e queimar-se. No julgamento, os aplaudidores poderão ser constituídos réus. Por uma, duas, três vezes respondi que não reagiria à carta que este traidor da minha pátria, caquéctico e incendiário, me dirigiu. A um burro morto, que se intitula de “general”, não se atiram pedras. Tenho o dossier gordo e completo desse reaccionário que violou ininterruptamente dezenas de mulheres durante a Luta Armada de Libertação Nacional e quando notou que estava prestes a esgotar-se a paciência e a reserva de tolerância dos camaradas que o vinham aturando, foi entregar-se a quem estava interessado em recebê-lo, como um detrito erodido na montanha, que não é recusado pelas partes baixas do relevo. Em todo o caso, como eu disse anteriormente, tenho todo o dossier desse “entornador” do caldo comportamental e só não publico porque não quero tornar grande a uma escória que não respeita a Constituição da República de Moçambique. As grandezas são escassas como oxigénio: há necessidade de alguma austeridade. A imagem individual é como o meio ambiente, apela-se a prática de actos de preservação. O senhor já tem idade propiciadora de um comportamento recomendável. Devia deixar uma imagem saudável. E agora, se apossam de mim as seguintes palavras sábias de Bertolt Brecht: “Não basta ter sido bom quando deixar o mundo. É preciso deixar um mundo melhor”, associado à sua reputação. Tal como no passado, esse lagalhé continua a aceitar injunções – seguramente por imperativos estomacais e de hospedagem – de um grupinho de pessoas que se esforçam em destruir a nossa Unidade Nacional. Eu bem sei da razão porque ele age dessa maneira e a partir do espaço geográfico em que se encontra actualmente ancorado, depois de uma fuga atlética nas vésperas da independência de Moçambique: quer agradar a quem continua lhe pagando o “vinho” para que o municiamento alcoólico não cesse. É o revanchismo em marcha. A minha Pátria é MOÇAMBIQUE. Não estou preocupado por um punhado de pessoas que lhe apoiam nesta cruzada, mesmo satanás tem admiradores e acólitos. Como é que o senhor não teria apoiantes na prestação de tributo de vassalagem? E por aqui me fico!
NOTA 2: O meu “pai adoptivo”, Robert Mugabe, continua a agir de forma exemplar ao rejeitar a participação de grupos de observadores do Ocidente nas eleições gerais zimbabweanas de 2018. É uma atitude sublime de nobreza, carácter e coragem, porquanto há fortes interesses externos que impedem o desenvolvimento do Zimbabwe. Cá por mim, Mugabe já devia ter transformado o Zimbabwe numa monarquia e ele, visionário e bússola suprema dos africanos, o monarca. Como um ser falível, também posso me enganar como toda a gente, mas quero acreditar que jamais o meu “pai adoptivo” e a ZANU-PF entregarão o poder à oposição irresponsável.
WAMPHULA FAX – 06.11.2017