Cem contentores com cerca de dois mil metros cúbicos de madeira em toro foram detectados e apreendidos esta terça-feira, no Porto da Beira, província central moçambicana de Sofala, por diversas irregularidades.
Trata-se da madeira ida de províncias também centrais de Manica e Tete que foi confiscada no momento em que ia ser exportada, ilegalmente, para Ásia.
Segundo o Notícias de hoje, o lote faz parte de 400 contentores inspeccionados, numa operação relâmpago efectuada por uma equipa multissectorial composta pelo Ministério da Terra, Ambiente, Desenvolvimento Rural (MITADER), Agência Nacional de Controlo de Qualidade (AQUA), Alfândegas e Polícia da República de Moçambique (PRM).
Entre as irregularidades detectadas, destaca-se o transporte de madeira em toro, a exportação de espécies proibidas por lei, tais como mondzo, chacate preto, sândalo e outras.
Arsénio Chelengo, técnico da AQUA, explicou a jornalistas que a madeira apreendida passa para o Estado e a empresa será autuada, de acordo com as normas vigentes em Moçambique.
Todos os operadores florestais conhecem a lei vigente no país, que impede a exportação de madeira em toro, disse Chelengo.
A equipa que detectou a madeira não declarada foi encabeçada pela inspectora-geral do MITADER, Emília Fumo, que se fazia acompanhar pelo director-geral da AQUA, Eduardo Samuel. No porto, os inspectores ordenaram aos técnicos que abrissem todos os mais de 400 contentores de madeira que se encontram no local, com vista a aferir a legalidade dos produtos contidos.
O Notícias soube que a operação se seguiu a denúncias feitas por fontes seguras. A equipa de inspectores explicou, no entanto, que parte dos contentores continha madeira serrada e em conformidade para ser exportada.
De acordo com as autoridades portuárias, os proprietários da referida madeira poderão igualmente ser autuados por terem prestado falsas declarações sobre a legalidade do produto para exportação.
O Porto da Beira recebe produtos florestais provenientes de quase todas províncias do centro do país.
A madeira apreendida é proveniente das províncias de Manica e Tete, e os proprietários são asiáticos.
A 1 de Março último foi lançada no país a Operação Tronco, pelo Ministério da Terra, Ambiente e Desenvolvimento Rural, visando travar a delapidação de recursos florestais. Como resultado, quantidades consideráveis de metros cúbicos de madeira ilegalmente abatida foram detectadas e confiscadas.
A madeira apreendida durante a operação está a ser usada para o fabrico de carteiras escolares, cuja campanha de distribuição foi lançada sábado pelo Presidente da República, Filipe Nyusi.
FF
AIM – 29.11.2017
NOTA: Muito bem, a madeira foi apreendida. Mas como chegou ali?
Fernando Gil
MACUA DE MOÇAMBIQUE
