Desde a Independência Nacional, a governação da Frelimo tem sido marcada por actos que não têm estado a contribuir para o bem-estar dos moçambicanos, mas sim para um punhado de indivíduos ligados ao partido. A governação de Filipe Nyusi não é uma excepção. Ela é marcada de discursos vazios. Os moçambicanos querem ver acções ou obras políticas, e não discursos e politiquice. Mas não quaisquer acções.
É que estamos, como sociedade, numa altura em que os moçambicanos esperam obras por parte do Chefe de Estado, mas este limita¬-se em politiquices e, devido a essa situação, o país continua a ver a sua reputação mergulhada na lama. A título de exemplo, no índice de Governação Africana (IIAG) de 2017, Moçambique caiu duas posições, o que quer dizer que a governação de Filipe Nyusi não está a ser melhor do que a do seu antecessor, que empurrou este país para a sarjeta.
É deveras preocupante quando recebemos esse tipo de notícias. O pior de tudo é que a evidente degradação da governação de Nyusi ao longo destes dois anos em que é Presidente de Moçambique também aparece reflectida nas avaliações internacionais. Recentemente, o país apresentou um mau desempenho no Índice de Desenvolvimento Humano do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento, caiu no ranking de Competitividade do Fórum Económico Mundial, para além da queda no Doing Business do Banco Mundial.
Estas as evidências são mais do que suficientes para o Presidente da República colocar a mão na consciência e começar a agir de facto como Chefe de Estado, e não um mero menino de recados. É preciso que Filipe Nyusi se lembre de que ele é o Presidente da República de Moçambique e comece a agir para que o país não continue a estar em declínio.
O Chefe de Estado tem a obrigação de mostrar acções concretas, e não apenas limitar- se a exonerar e nomear este e aquele indivíduo. Devido a sua inércia, os moçambicanos vivem na condição de escravizados, num mundo convertido em casa de opressão. É preciso sairmos da situação de infame e declínio em que o país se encontra. Temos de sair. Sem mais adiamentos.
Como povo, também temos o dever moral de exigir acções e obras políticas ao Presidente da República. Temos de ousar exigir que se crie uma nova situação que nos proporcione uma vida de bem-estar e de qualidade para todos. Precisamos que o Chefe de Estado se comporte como servidor do povo moçambicano, e não um Chefe de Estado de discursos vazios e politiquices.
@VERDADE - 24.11.2017