O Movimento Democrático de Moçambique, terceiro maior partido do país, anunciou hoje a realização do seu II congresso de 5 a 8 de Dezembro, na cidade de Nampula.
Em conferência de imprensa em Maputo, o chefe da bancada do MDM na Assembleia da República, Lutero Simango, afirmou que a reunião máxima do partido vai eleger novos órgãos, incluindo o presidente da organização.
"De acordo com os nossos estatutos, o congresso, além de eleger os órgãos do partido, também elege o presidente do partido e as candidaturas são anunciadas logo na abertura", declarou Lutero Simango.
O II congresso, prosseguiu, será uma ocasião para o MDM fazer uma análise da situação nacional e dos interesses mais altos do povo.
Recordando que o partido foi criado em 2009, Lutero Simango afirmou que o MDM tem vindo a afirmar-se como alternativa à bipolarização política que vem sendo protagonizada pela Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo), no poder, e pela Resistência Nacional Moçambicana (Renamo), principal partido da oposição.
"O MDM surgiu em 2009 e quebrou a bipolarização política e é uma ameaça a quem a está a governar o país, porque nós somos de facto uma alternativa", acrescentou.
Os avanços registados pelo município de Nampula com a governação do MDM, sublinhou, mostram a capacidade e força do partido para a satisfação das necessidades básicas da população.
"Se hoje, está a falar-se bem alto da cidade de Nampula é porque se governou bem a cidade de Nampula e nós sabemos que o partido no poder esteve a governar em Nampula durante 30 anos", declarou o chefe da bancada do MDM na Assembleia da República.
Lutero Simango exortou as autoridades judiciais para encontrarem os autores do assassínio do autarca de Nampula, Mahamudo Amurane, a 4 de Outubro, distanciando o MDM de qualquer envolvimento no homicídio.
Mahamudo Amurane era militante do MDM, tendo concorrido e ganhado as eleições municipais em 2013 por este partido, mas nos últimos meses mantinha divergências públicas com a organização.
Amurane já tinha anunciado que se iria recandidatar nas municipais do próximo ano sem o apoio do MDM, sem avançar se o faria como independente ou através de um outro partido.
O MDM surgiu em 2009 na sequência de uma cisão na Renamo, provocada pela decisão de Daviz Simango de se recandidatar a autarca da Beira, centro do país, como independente, depois de o principal partido da oposição, a que pertencia, ter indicado um outro candidato.
Actualmente, o MDM detém 17 assentos na Assembleia da República, sendo o terceiro maior partido, atrás da Frelimo, com uma maioria de 144 deputados, e da Renamo, com 89 lugares.
Lusa – 30.11.2017