Na recta final do tempo previsto para o términus da minha comissão de serviço na Região Militar de Moçambique, requeri e obtive uma licença de trinta dias, acrescidos de cinco, para gozar na Metrópole, em Março/Abril de 1974.
Encontrava-me na cidade da Beira, onde iria embarcar num voo regular da T.A.P. para Lisboa. O ambiente era tenso entre muitos oficiais do Quadro Permanente. Tinha verificado entre os capitães oriundos da Academia Militar a existência de um clima conspiratório, que levara alguns a subscrever um documento, com características de manifesto contestatário da política ultramarina prosseguida na defesa da soberania portuguesa nos nossos territórios africanos. O caso era extremamente grave e envolvia camaradas meus, capitães dos Grupos Especiais Paraquedistas, de quem eu era amigo mas com quem naturalmente não era solidário, nessa sua atitude que revestia, para mim, características de traição à Pátria, sem que eles próprios se apercebessem disso.
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NOTA: Recordando uma época histórica
Fernando Gil
MACUA DE MOÇAMBIQUE