Por Capitão Manuel Bernardo Gondola
Robert Gabriel Mugabe, para muitos foi a maior bênção do Zimbabwe enquanto um dos grandes arquitectos e combatentes da liberdade e da independência do Zimbabwe mas foi quem mais prejudicou o Zimbabwe e seu povo.
A situação económica e social no país é dramática. O Zimbabwe, foi toda a construção de bem-estar em que, Políticas Sociais explicita com finalidade reguladora, de finalidade de redução das desigualdades e da pobreza não actuaram com êxito. Fracassaram por causa do seu próprio êxito.
A culpa de Robert Mugabe na desgraça do Zimbabwe e do seu povo é evidente.
Hoje Zimbabwe está numa situação de quase total desesperança. A situação no país se encontra do ponto de vista económico insustentável e isto já era previsível, que mais cedo ou mais tarde ia acontecer.
Zimbabwe está reduzido a um país de mendigos e refugiados. Milhões e milhões de zimbabwianos, que fugiram do Zimbabwe, tornaram-se escravos, Quadros competentes simplesmente viraram trabalhadores domésticos, as mulheres presas fácies de escravatura sexual por esse mundo fora.
O próprio Robert Mugabe, com os modos maníacos que lhe eram inerentes, declarou numa das reuniões da ZANÚ-FP que: «…eu, com toda a minha modéstia, devo apresentar a minha própria personalidade: eu sou insubstituível. Nenhuma personalidade dos círculos militares nem civis podia substituir-me».
Dai, a frase de Mugabe segundo a qual, a sua posição na sociedade zimbabwiana, o nível da sua evolução, os seus actos e a sua concepção do Zimbabwe dependem apenas dele próprio.
Ora! Qualquer grande chefe militar, não pode menosprezar as condições sócio-políticas em que vive e actua. Pois, dessas condições depende o exército, o seu carácter, o armamento, os princípios de organização do exército, as qualidades morais e de combate dos efectivos das tropas, e…,etc.
A história testemunha, que a grandeza de um ou outro grande dirigente militar se manifesta precisamente em que, seu pensamento e sua prática visam a elaboração e a introdução de processos e formas, que correspondam da maneira mais plena aos efectivos humanos, tendo em conta as condições sócio-políticas dadas.
Uma das tarefas/missões das Forças Armadas de qualquer país é velar pela Segurança e Defesa do país. A Segurança e Defesa de um país não acontecem quando apenas há uma agressão externa. Também existem agressões internas.
Não há dúvida razoável que pode permitir-nos negar, que Robert Mugabe há muito tempo vem fazendo picuinhas na política além disso; estava a agredindo da forma mais vil e possível o seu próprio povo.
O Quartel-general e o Estado-maior do Zimbabwe, dirigiu habilmente e com grande conhecimento da matéria as Forças Armadas. Esta operação, bem elaborada e realizada pela Direcção militar zimbabwiana, entraram na história mundial como sendo exemplo clássico de Estrutura de Exército e obediência à Constituição da República.
Os traços característicos como; a escolha dos processos mais oportunos de acções das tropas em cada uma das operações; uma escolha cuidadosa de direcções dos golpes principais; a concentração das forças e dos recursos nas direcções principais; a garantia da subitaneidade estratégica e operativo-táctico e, finalmente a garantia material e política das acções traçadas.
Temos que louvar os militares zimbabwianos. A maneira da direcção estratégica manifestou-se da maneira mais completa. A profundidade das suas acções alcançou as fronteiras de países vizinhos (de 500 a 600 km), ao mesmo tempo; no decurso da campanha final foram dadas a Robert Mugabe e os representantes da chamada «direcção psicológica¹» escolha correcta de rendição.
ZIMBABWE ENTROU NUM NOVO PERÍODO. E…,como se diz em francês: “Aux grands maux, les grands remedès” (Para grandes males também grandes remédios).
n/b:
¹É uma clara referência aos componentes do grupo G40, e que foi instrumental para a destituição de Mnangagwa .
Manuel Bernardo Gondola