Centelha por Viriato Caetano Dias ([email protected])
“Se você não puder fazer tudo, faça tudo o que puder.” Extraída, a frase, do prefácio de Boaventura José Aleixo.
Já foi dito, e bem, que o presidente Filipe Nyusi está a fazer História. Não pelas exonerações e nomeações de “novos” figurinos que incorporam a sua equipe governamental (esta é uma matéria que será analisada nas próximas centelhas), maspor “vergar-se”em nome deuma tão nobre causa: a paz.
O compromisso pela paz não se fazpelo conjunto de discursos, mas de vivências. A vontade permanente em dialogar e as deslocaçõesarriscadas ao “esconderijo” do líder da Renamo, Afonso Dhlakama, são acções concretas que revelam o comprometimento do presidente Nyusi em busca de uma paz definitiva para o nosso país.
Narcisista nato, e por vezes masoquista, Dhlakama nunca escondeu o desejo de ver o presidente da República a ajoelhar diante dele, em seu “esconderijo”, como condição sine quo non para o alcance da paz. Se por um lado, o presidente Nyusi “rende-se” aos “caprichos” de Dhlakama, por outro, salva a vida de milhões de moçambicanos. É caso para dizer que, “Se a montanha não vai a Maomé, vai Maomé à montanha.”
Diz-se que, para salvar vidas, é preciso destruir outras. Nyusi mostra exactamente o contrário que a humildade e o diálogo são factores determinantes para uma paz eterna. Este tem sido a grande lição de inteligência do presidente Nyusi: Ninguém deve morrer devido à incompatibilidade de ideias. Todos nós somos irmãos. É o dever de todosamar o próximo. Todos nóslutamos por um Moçambique melhor. Penso que esta visão do presidente Nyusi deve se reflectir em todos os ciclos de ensino do país, inclusive nas comunidades locais.Já dizia Oliveira Martins, historiador português, que contra as ideias, os tiros não servem.
É preciso ouvir Dhlakama. Sentar com Dhlakama. Comer e dançar com Dhlakama. Cometeu erros, alguns dos quais indeléveis, mas ele não deixou de ser o que é. É um líder histórico que arrasta multidões. Eu costumo dizer que cada um de nós, dentro das suas frustrações, carrega consigo um pequeno Dhlakama. Dhlakama é a voz dessas frustrações.
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