Conferência sobre “dívidas ocultas”
O Ministério de Economia e Finanças, a Procuradoria-Geral da República e a Assembleia da República estiveram ausentes, na sexta-feira da semana passada, na Conferência Internacional subordinada ao tema “Dívidas soberanas e recuperação da confiança dos parceiros de cooperação”, que teve a participação de cerca de cem organizações não-governamentais.
O Ministério de Economia e Finanças devia ter apresentado o tema “Situação actual de financiamento do Orçamento do Estado e perspectivas”.
A Procuradoria-Geral da República deveria ter falado sobre o “ponto de situação da implementação do plano de acção subsequente à auditoria externa às dívidas ocultas e perspectivas”.
Por seu turno, a Assembleia da República deveria ter apresentado o tema “Posição da Assembleia da República em relação ao relatório de auditores externos e perspectivas”.
João Uthui, do Grupo Moçambicano da Dívida, um dos organizadores do encontro, diz que o trabalho não vai parar, porque a questão de “dívidas ocultas” é de interesse nacional, incluindo dos governantes, individualmente ou integrados, cada um, no seu grupo familiar.
“Eles podem não falar disto nos seus gabinetes de trabalho, como membros do Governo, mas individualmente, na qualidade de cidadão integrado na sua família, sente.
Então, cada um, no seu espaço, tem que fazer o que lhe cabe para que o país saia desta situação”, disse.
Assumir os erros e não parar o país
João Uthui diz que governar é tomar opções, e podem ser adequadas ao momento e podem não ser, e, aí, regista-se a falha, porque não vão produzir os efeitos que, na altura, são desejados.
“No processo de trabalho, as pessoas erram. O que é importante é assumir os erros e não parar com um país, não parar com a vida de um povo. Esta é a mensagem que queremos transmitir”, disse.
Afirmou que mesmo com a ausência, a declaração da conferência, que terminou na sexta-feira, vai chegar a estas instituições.
“Não fazemos nada sem informar ao Governo. A Comissão parlamentar para assuntos de Planificação e Orçamento tinha informação”, disse. (Cláudio Saúte)
CANALMOZ – 04.12.2017