Mudanças no Governo
É o fim da era de José Pacheco que, desde que se tornou maior de idade, foi sempre dirigente.
Confirma-se a instabilidade no Ministério dos Recursos Minerais e Energia. Em menos de dois anos, saíram dois ministros.
Filipe Nyusi exonerou ontem, terça-feira, em despacho único, Oldemiro Baloi, do cargo de ministro dos Negócios Estrangeiros e Cooperação, José Pacheco, do cargo de ministro da Agricultura e Segurança Alimentar, Max Tonela, do cargo de ministro da Indústria e Comércio, e Letícia Klemens, do cargo de ministra dos Recursos Minerais e Energia.
Entre as exonerações chama a atenção a saída de José Pacheco, que vem desde os tempos de Joaquim Chissano.
Foi ministro no Governo dirigido por Armando Guebuza, tendo sido, antes, ministro do Interior. Já há muito que Filipe Nyusi se queria livrar de José Pacheco, mas não podia, porque José Pacheco era membro da Comissão Política do partido Frelimo. O exemplo disso é que, quando Nyusi formou o Governo, reduziu os poderes de José Pacheco e passou-os para Celso Correia, ministro da Terra Ambiente e Desenvolvimento Rural.
Celso Correia passou a desempenhar funções que, pela sua natureza, deviam ser exercidas pelo ministro da Agricultura. Dirigiu projectos que, em condições normais, seriam dirigidos pelo ministro da Agricultura, como é o caso do projecto “Sustenta”.
Com a saída de José Pacheco da Comissão Política do partido Frelimo, era previsível a sua saída do Governo.
José Pacheco ocupava uma pasta vital para o desenvolvimento do país, mas, enquanto esteve lá, nada fez. O país continua a depender de importações até de tomate.
Duas saídas do Ministério dos Recursos Minerais e Energia em menos de dois anos
Está cada vez mais difícil entender o plano de governação Filipe Nyusi. O sector dos Recursos Minerais e Energia é o exemplo disso. Em menos de dois anos, Filipe Nyusi exonerou dois ministros dos Recursos Minerais e Energia: Esperanças Bias e Pedro Couto.
Em substituição de Pedro Couto, Filipe Nyusi nomeou Letícia Klemens, uma senhora sem experiência de governação e desprovida de capacidade para dirigir o sector dos Recursos Minerais e que foi exonerada ontem. É difícil perceber o que Filipe Nyusi pretende com este sector, que é um dos mais importantes. (André Mulungo)
CANALMOZ – 13.12.2017