O presidente da CNE alega que os que não conseguiram votar (devido aos Cadernos Eleitorais que propositadamente foram trocados pela CNE) é porque não tinham cartão de eleitor.
De justificação em justificação, assim vai a Comissão Nacional de Eleições, depois do embaraço de não ter conseguido realizar sem problemas uma eleição intercalar que parecia simples. O presidente da Comissão Eleitoral da cidade de Nampula, Martinho Marcelino, disse na quinta-feira, em conferência de imprensa, que o processo de votação que se realizou na quarta-feira, 24 de Janeiro, decorreu num ambiente ordeiro.
Passadas quase vinte e quatro horas após a votação, o presidente da Comissão Eleitoral de Nampula declarou que não possui dados preliminares sobre a votação e prometeu para “talvez na sexta-feira”.
Mas o Secretariado Técnico da Administração Eleitoral havia prometido que os resultados poderiam começar a ser conhecidos, uma vez que também algumas organizações não-governamentais e os órgãos de comunicação social já possuem os seus dados da contagem paralela.
“Se tudo correr bem, talvez ama nhã poderemos ter os resultados parciais do apuramento”, disse. Martinho Marcelino afirmou que, neste momento, o material de votação, incluindo os editais e as actas, encontra-se no ginásio da Escola Secundária de Nampula, prevendo-se o início da sua contagem para o apuramento no começo da tarde de hoje.
Mas o “Canalmoz” apurou que a CNE já tinha os seguintes dados até ao final da tarde de quinta-feira e estava com dificuldades em anunciar, porque indicam que haverá uma segunda volta entre o candidato da Renamo e o candidato da
Frelimo. Eis os resultados que estavam na posse da CNE e que um vogal divulgou ao “Canalmoz”:
Votos válidos: 97,17%
Participação: 24,97%
Renamo: 40,22%
PAHUMO: 0,77%
Frelimo: 44,62%
AMUSI: 4,27%
MDM: 10,12%
Brancos: 1,03%
Nulos: 1,86%
Total de Mesas incluídas: 401 (100%)
Sobre a desorganização nos Cadernos Eleitorais, o responsável da Comissão Eleitoral disse que isso normalmente acontece num processo e que num processo tem havido Cadernos Eleitorais fora dos estabelecidos, pelo que não houve reclamações quanto a nomes que não constavam nos Cadernos Eleitorais.
“Muitas vezes os eleitores apresentavam Bilhetes de Identidade ou cartões caducados porque recensearam-se em 2007 e 2009 e não podiam votar”, disse.
Sobre as abstenções, a fonte disse que é natural que tenha havido abstenções, porque não houve actualização do recenseamento e, além disso, as pessoas, quando votam, não têm o hábito de guardar os cartões.
CANALMOZ – 26.01.2018