Se por um lado não há 25 milhões de meticais para comprar um essencial equipamento para o Hospital Central de Maputo, o Governo de Filipe Nyusi “afundou” só no ano passado mais 70 milhões de meticais na Empresa Moçambicana de Atum(EMATUM).
Embora o Presidente Filipe Jacinto Nyusi tenha reconhecido existirem indícios de crime na contratação dos empréstimos pelas empresas Proindicus, EMATUM e MAM o seu Governo continua a investir dinheiro do erário na falida e sem viabilidade Empresa Moçambicana de Atum.
O @Verdade apurou que em 2017, ano que a EMATUM sequer pescou um único atum, o Executivo colocou na empresa 70 milhões de meticais de fundos do Orçamento do Estado(OE) para realizar a participação do Estado no Capital Social da empresa.
Foram 64,5 milhões de meticais alocados até Setembro e um valor adicional de 7,5 milhões de meticais foi aplicado durante o mês de Novembro, descortinou o @Verdade no Relatório de Execução do OE entre Janeiro a Setembro de 2017.
Paradoxalmente, enquanto a EMATUM não consegue pescar nenhum atum, 36,45 milhões de ienes (o equivalente a 323.195 dólares norte-americanos) foram pagos por um único atum-rabilho pesando 450 kg no último leilão de Ano Novo do famoso mercado de peixe Tsukiji, na capital do Japão.
Este preço foi um pouco mais da metade do lance vencedor do ano passado de 72 milhões de ienes, mas muito abaixo do recorde de 155 milhões de ienes pago em 2013. O atum é valorizado por todo o mundo devido a seu uso em sushis, prato tradicional japonês.
Nyusi “afundou” 103,6 milhões em dois anos na EMATUM
Entretanto o @Verdade descobriu que durante o primeiro ano do seu mandato como Presidente de Moçambique, Filipe Nyusi “afundou” outros 6,5 milhões de meticais na Empresa Moçambicana de Atum, como “suprimento”, e mais 4,9 milhões, de outro “suprimento”, indirectamente através da Emopesca, na altura accionista da EMATUM.
De acordo com o “anexo informativo 3” do Relatório de Execução do Orçamento de Estado são accionistas da EMATUM o Instituto Gestão das Participações do Estado (IGEPE), com 34% do capital social, e o Estado moçambicano, com os remanescentes 66%.
O @Verdade não conseguiu apurar se o Executivo de Nyusi cortou nas escolas ou nos hospitais estes 103,6 milhões de meticais que em dois alocou a EMATUM mas o facto é que além do défice de mais de 30 mil salas de aulas e de pelo menos 87 unidades sanitárias distritais, há dois anos que não existem apenas 25 milhões de meticais para reparar a máquina de ressonância magnética existente no Hospital Central de Maputo, a única do Sistema de Saúde público.
Recorde-se que a Empresa Moçambicana de Atum, a par da Proindicus e da MAM, contraíram empréstimos comerciais de mais de 2 biliões de dólares norte-americanos com Garantias do Estado, violando a Constituição da República e Leis Orçamentais, na altura o governado Armando Guebuza mas Filipe Nyusi era o ministro da Defesa.
@VERDADE - 08.01.2018