O défice de pessoal técnico e administrativo para preenchimento do respectivo quadro está, neste momento, a constranger os gestores das «Vilas de Milénio» de Itoculo e Lumbo, nos distritos de Monapo e Ilha de Moçambique, respectivamente, onde, depois de um período de inactividade e a partir deste ano, o governo decidiu injectar orçamentos afim de reactivar o seu funcionamento.
Durante a paralisação, muitos trabalhadores abandonaram os dois projectos, por alegadamente não vislumbrarem perspectivas de pagamento dos seus salários, situação decorrente da falta de fundos.
Na vila de Lumbo, o respectivo coordenador, Salimo Sualehe, considerou «preocupante» a questão relativa à falta de pessoal devido ao facto do programa funcionar apenas com 3 trabalhadores no activo, incluindo ele próprio.
O nosso entrevistado acrescentou que, no caso particular da vila que coordena, a falta de pessoal é agravada pelo facto do Estado não estar contratar novos funcionários em face da actual conjuntura financeira que o país vive.
O coordenador da vila de Itoculo, Armando Venâncio, revela que a situação é relativamente mais preocupante em consequência do respectivo «staff» resumir-se à duas pessoas: ele e o guarda.
Entretanto, ambos os gestores congratulam a decisão do governo atinente ao desembolso de fundos para o prosseguimento do programa “Vilas do Milénio” e, em consequência, continuar a beneficiar às comunidades, através dos serviços direccionados para o desenvolvimento das zonas rurais empobrecidas.
De realçar, igualmente, que as «Vilas do Milénio» funcionam actualmente na base de novas metodologias, que consistem na priorização da disseminação prática de tecnologias e na implementação de projectos de desenvolvimento comunitários, ao contrário do que acontecia ao longo do período antecedente à paralisação do programa, em que se conferia maior primazia à componente da disponibilização de fundos para financiamento dos projectos.
Na «Vila» de Lumbo, os projectos actualmente em curso envolvem a avicultura, criação de frangos, corte e costura, enquanto em Itoculo a prioridade foi dada à disseminação de conhecimento e tecnologias para a prática de avicultura e desenvolvimento da agricultura.
Observe-se, ainda, que, a partir de 2015, o programa “Vilas do Milénio” passou à gestão pública, através do Ministério da Ciência e Tecnologia, Ensino Superior e Técnico Profissional (MCTESTP).
WAMPHULA FAX – 30.01.2018