O governador do Banco de Moçambique, Rogério Zandamela, classificou esta segunda-feira como preocupante o nível da dívida publica do país, em particular, o crescente recurso do Estado aos bilhetes de tesouro para se financiar.
O governador do Banco de Moçambique, Rogério Lucas Zandamela, durante uma conferência de imprensa, em Moçambique, 26 de outubro de 2017. O governador do Banco de Moçambique, Rogério Zandamela, considerou hoje alta a dívida interna do país, estimada em 100,5 mil milhões de meticais, remetendo para a dinâmica do mercado a solução sobre a sustentabilidade da mesma.
"Claramente, a dívida pública interna está a aumentar e quando isso acontece levantam-se questões de sustentabilidade", afirmou Rogério Zandamela, falando em conferência de imprensa no final da reunião do Comité de Política Monetária (CPMO).
Segundo Rogério Zandamela, o endividamento interno passou de 98.497 milhões de meticais (1.313 milhões de euros) em dezembro de 2017 para 104.797 milhões de meticais (1.398 milhões de euros) em fevereiro.
"Quando o Estado recorre aos recursos internos para se financiar isso significa que está a ser desviado dinheiro que devia ir para o setor privado, orientado para a atividade produtiva", afirmou Zandamela.
O governador do Banco de Moçambique afirmou que apenas a reação do mercado poderá sinalizar se o atual volume da dívida interna é sustentável ou não, tendo em conta o nível de riscos que os credores percecionarem.
"O CPMO considera que os riscos se mantêm elevados, incluindo o fiscal, ao que acresce os resultantes das enxurradas que têm assolado grande parte do país neste início do ano, o que impõe a devida calibragem das políticas orientadas à estabilidade macroeconómica", acrescentou Rogério Zandamela.
LUSA – 27.02.2018
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