Três indivíduos estão a contas com a Polícia da República de Moçambique (PRM), nas províncias de Tete e da Zambézia, acusados de incitar à violência durante as escaramuças promovidas por determinados agricultores que acusam os comerciantes e pescadores de impedir a queda da chuva. O fenómeno é localmente denominado “amarra-chuva”.
As acusações, sem algum fundamento científico, já levaram alguns cidadãos a se envolverem em pancadaria, o que resultou em lesões, disse Inácio Dina, porta-voz do Comando-Geral da PRM.
Falando à imprensa, ele explicou que os agricultores alegam que os comerciantes e os pescadores impedem a queda da chuva como forma de continuar a desenvolver as suas actividades normalmente. “Eles dizem que quando chove os pescadores não se fazerem ao mar e não há negócio”.
“Este é um fenómeno que não existe”, disse Inácio Dina, apelando à sensatez por parte dos que fomentam tal mexerico.
À semelhança do boato sobre a existência do fenómeno conhecido como “chupa-sangue” e a confusão que se faz entre o cloro e a cólera”, o que se diz em torno de “amarra-chuva” pode um dia “resultar em perca de vidas humanas”.
“Em Tete, por exemplo”, houve ofensas corporais nos distritos de Changara e Marrara, bem como no distrito de Maganja da Costa, na Zambézia, prosseguiu Dina.
O referido “diz-que-diz-que” foi de tal sorte que alguns indivíduos colocaram barricadas na via pública, enquanto os outros incitavam à violência.
Enquanto isso, na semana finda, a PRM recuperou 14 armas de fogo, das quais uma do tipo AK-47, sete pistolas e seis caçadeiras e 1.056 munições. Os instrumentos bélicos em questão foram recuperados na cidade e província de Maputo, Gaza Inhambane, Manica e Zambézia.
@VERDADE - 21.02.2018